Gilberto Gil destaca a diversidade entre os novos imortais da ABL
Artista baiano comentou sobre personalidade de outras artes que têm sido eleitas para a entidade
Eleito nesta quinta-feira (11) para ocupar a cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL) deixada pelo acadêmico Murilo Melo Filho, que tem como patrono o jornalista Joaquim Manuel de Macedo, o cantor e compositor baiano Gilberto Gil comentou, ao Portal independente Jornalistas Livres, sobre a inclusão de artistas de outros gêneros entre seleto grupo de imortais.
"Olha aí, pessoal! Galera? A Academia é uma galerinha desse tamanho, são 40. Mas representam tudo isso: as letras brasileiras, a cultura brasileira, agora com representação também da música, da comunicação e do teatro com a Fernanda (Montenegro), que chegou agora. Agradeço a vocês pela torcida. Esperamos continuar fazendo muitas coisas como já estamos fazendo ao longo da vida, agora na Academia", disse o artista.
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Salve @gilbertogil Novo imortal da Academia Brasileira de Letras https://t.co/aaDHYabcFm pic.twitter.com/PgtpGZWT4n
— Jornalistas Livres (@J_LIVRES) November 12, 2021
O mundo dá voltas
Sobre a eleição de Gil para a ABL, com 21 votos favoráveis, o jornalista Ancelmo Gois, em sua coluna no portal O Globo, trouxe um fato curioso sobre essa cadeira de número 20 que o artista baiano ocupará. O posto já foi ocupado pelo general Aurélio de Lyra Tavares (1905/1998) que, como ministro do Exército, assinou o Ato Institucional número 5, de 13 de dezembro de 1968, que deu início à fase mais repressiva da ditadura militar.
"Entre as vítimas do AI-5 estava o próprio Gil que, juntamente com Caetano Veloso, ficou preso de dezembro de 68 a fevereiro de 69 e, após ser solto, seguiu confinado em casa até julho. Depois, ambos foram exilados em Londres. Na Inglaterra, o artista compôs "Aquele Abraço", uma espécie de hino de despedida do Brasil, onde cita até o bairro onde fica o quartel em que esteve preso, no verso "Alô alô, Realengo". O general Lyra Tavares, em suas poesias, usava o pseudônimo de Adelita, que era composto pelas iniciais de seu nome", informa o colunista.