"Gladiador II": épico de Ridley Scott estreia nos cinemas nesta quinta (14); leia a crítica
A sequência, que é estrelada por Paul Mescal e Denzel Washington, supera grandiosidade do primeiro filme
Em "Gladiador II", o diretor Ridley Scott retoma com mais ambição a sua épica narrativa de poder, tensão e retaliação. O longa-metragem estreia hoje (14) nos cinemas brasileiros, com atuações memoráveis de Paul Mescal e Denzel Washington.
Ambientado na Roma Antiga, 16 anos após a morte de Maximus no primeiro filme "Gladiador" (2000), o filme acompanha a jornada de vingança do guerreiro Hanno (Paul Mescal), depois que o seu lar adotivo é invadido pelo Império Romano. Tomado pela raiva contra a tirania dos imperadores, o protagonista deve sobreviver aos violentos jogos romanos do Coliseu para alterar o destino da civilização romana.
Ambição
No primeiro filme, Ridley Scott explora os combates de gladiadores a partir da grande recriação do Império Romano e o seu culto aos violentos espetáculos do Coliseu. Na sequência, temos uma produção ainda mais grandiosa no que tange a reprodução dessa época.
O diretor raramente contém esforços para expandir as suas narrativas. Ele foi responsável por recriar um planeta fictício em "Prometheus" (2012), o "Planeta Vermelho", em "Perdido em Marte" (2015) e os séculos 18 e 19, em "Napoleão" (2023).
"Gladiador II" expande a Roma Imperial, a imponência do exército romano e as cenas de ação no Coliseu, fazendo jus ao orçamento de US$ 310 milhões (aproximadamente R$ 1 bilhão e 800 milhões), segundo o The Hollywood Reporter.
''É extraordinário. Como ator, você está apenas tentando alcançar todas as pessoas que estão lá fora, na plateia'', afirma Paul Mescal sobre o vasto Coliseu criado por Ridley Scott.
Raiva
Dentre as interações entre Macrinus (Denzel Washington) e Hanno (Paul Mescal), o mercenário diz ter escolhido o jovem para ser seu gladiador por conta de sua raiva. Esse é o sentimento que move o ceticismo dos dois personagens, em relação aos aspectos culturais de Roma.
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No filme de origem, a ideia utópica da "Roma dos sonhos", do imperador Marcus Aurelius (Richard Harris), não é rompida, nem mesmo por Maximus (Russell Crowe). Na sequência, Scott confronta essa utopia através de uma acidez e um sarcasmo não vistos no primeiro longa.
Mescal exibe em tela o vigor físico, também exposto por Russell Crowe, mas acrescenta uma maior convicção sobre a ideia pela qual vale a pena lutar. Por outro lado, Washington demonstra excelência como um cínico e sagaz vilão, ofuscando a maldade dos imperadores gêmeos Geta (Joseph Quinn) e Caracalla (Fred Hechinger).
''Gladiador II'' marca o retorno de Connie Nielsen, como Lucilla, filha do falecido imperador Marcus Aurelius. Nesse longa, a personagem segue envolvida nas intrigas de Roma, levando o seu marido, o general Marcus Acacius (Pedro Pascal), a conspirar contra os imperadores.
No entanto, o iminente retorno do seu filho, desaparecido entre os eventos de ''Gladiador'' e ''Gladiador II'', o herdeiro Lucius, deslumbra Lucilla.
"Gladiador" (2000) ganhou cinco estatuetas no Oscar de 2001, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator, mas como realização, "Gladiador II" é mais grandioso. Ainda assim, o ambicioso diretor Ridley Scott consegue celebrar o legado do primeiro filme, que "ecoa pela eternidade".