FESTIVAL DE VENEZA

Greve: atores de Hollywood fazem discursos engajados no Festival de Veneza

Maioria das estrelas se afastaram do tapete vermelho do evento italiano em sua edição comemorativa de 80 anos, que terminou neste sábado (9)

Festival de VenezaFestival de Veneza - Foto:

A edição de aniversário redondo de 80 anos do Festival de Veneza, que terminou neste sábado (9), foi impactada pela greve dos atores de Hollywood, que manteve a maioria das estrelas afastadas do tapete vermelho do evento italiano deste ano.

Mesmo os poucos artistas americanos que conseguiram licença especial das entidades para promover seus trabalhos em Veneza pareciam desconfortáveis com sua situação excepcional.

Protagonista de “Memory”, de Michel Franco, exibido no último dia de competição, na sexta-feira, Jessica Chastain confessou-se “muito nervosa” por estar participando do festival.

– Algumas pessoas da minha equipe chegaram a me aconselhar a não vir promover o filme em Veneza – disse a ganhadora do Oscar por seu desempenho em “Os olhos de Tammy Faye” (2021).

 



– Só estou aqui porque o SAG (sindicato dos atores) e a federação dos artistas de televisão e rádio deixaram explicitamente claro que a forma de apoiar a greve é publicar nas redes sociais, fazer piquetes e trabalhar e apoiar projetos que receberam acordos (para promoção) provisórios.

Os atores entraram em greve em julho, juntando-se aos roteiristas, que começaram o movimento em maio, para reivindicar que estúdios de cinema e plataformas de streaming melhores os termos dos contratos de trabalho e imponham restrições ao uso de inteligência artificial.

Algumas produções que não têm filiação a grandes estúdios, no entanto, receberam passe livre para trabalhos de promoção desde que cumprissem as exigências sindicais. Foi o caso também de “Ferrari”, de Michael Mann, estrelado por Adam Driver, e “Priscilla”, de Sofia Coppola, com Cailee Spaeny.

Ao receber seu prêmio de Melhor Ator, Peter Sarsgaard dedicou parte de seu tempo de discurso para falar sobre a greve:

– A questão que realmente me toca agora é a IA. Acho que todos podemos concordar que um ator é uma pessoa, e que um escritor é uma pessoa, mas aparentemente não podemos. Não podemos entregar histórias sobre relações e ligações humanas a máquinas, e permitir que oito bilionários sejam donos delas. Espero que a humanidade dos membros dos sindicados dos atores consiga garantir o futuro dos próprios filhos dessa colmeia da humanidade — discursou Sarsgaard

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