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Grife que fez joias dadas a Michelle Bolsonaro produz Palma de Ouro do Festival de Cannes

Marca de luxo é responsável, há 25 anos, pela confecção do icônico troféu concedido a realizadores do cinema na premiação francesa

A Palma de Ouro do Festival de Cannes A Palma de Ouro do Festival de Cannes  - Foto: Divulgação

Marca responsável pelas joias presentadas pelo regime ditatorial da Arábia Saudita à ex-primeira dama Michelle Bolsonaro — as peças no valor de R$ 16,5 milhões foram apreendidas pela Receita Federal após o governo Jair Bolsonaro tentar entrar no Brasil ilegalmente com elas —, a joalheria Chopard é conhecida por produzir a icônica Palma de Ouro, troféu concedido a realizadores do cinema, diretores e atores premiados no Festival de Cannes, na França.

Desde 1998, a grife com sede em Genebra, na Suíça, confecciona as peças douradas esculpidas à mão e feitas com 118 gramas de ouro puro oriundo da Colômbia, com a certificação Fairmined — a atribuição confere que o material provém de organizações de mineração artesanal e de pequena escala que desenvolvem práticas éticas.

Tapete vermelho
A marca Chopard mantém, há décadas, uma estreita relação com o mercado cinematográfico. Presença frequente em tapetes vermelhos, ela é uma das grifes favoritas das estrelas de Hollywood para a temporada de premiações. Cate Blanchett que o diga.

A atriz australiana, dona de dois Oscars, é creditada por ter usado o vestido mais caro da História da premiação. E a responsável pelo cifra altíssima é justamente a joalheria Chopard. Em 2014, quando recebeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo papel em Blue Jasmine, filme de Woody Allen, Blanchett usou um look avaliado em US$ 18,1 milhões.

O vestido Armani Privé (a alta costura do estilista italiano Giorgio Armani) foi avaliado em US$ 100 mil, cerca de R$ 515.480. Já o conjunto de joias Chopard - a mesma das peças dadas pela Arábia Saudita a Michelle Bolsonaro e apreendidas pela Receita Federal - usado pela atriz foi avaliado em US$ 18 milhões, ou cerca de R$ 92 milhões.

Para sua noite de glória no palco do Dolby Theatre, Blanchett usou brincos com 62 opalas, braceletes de diamantes e um anel também de diamante. Todas as peças, como costuma acontecer nas premiações, foram emprestadas pela Chopard à atriz.

Apreensão na Receita Federal
Como se sabe, o governo de Jair Bolsonaro tentou entrar no Brasil ilegalmente com joias avaliadas em aproximadamente R$ 16,5 milhões em outubro de 2021. As pedras preciosas seriam um presente da Arábia Saudita, liderada pelo ditador Mohamed bin Salman, à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os itens não foram declarados e acabaram retidos na alfândega.

Ao saber que as joias haviam sido apreendidas, o então ministro Bento Albuquerque, titular das Minas e Energia, retornou à área da alfândega e tentou, ele próprio, retirar os itens, informando que se trataria de um presente pessoal para Michelle. A cena foi registrada pelas câmeras de segurança do local. A legislação brasileira impõe, contudo, que é obrigatório declarar qualquer bem avaliado em mais de mil dólares (pouco mais de R$ 5 mil) na chegada ao país.

Em 3 de novembro de 2021, coube ao Itamaraty exercer pressão sobre a Receita Federal na busca pelas joias. O Ministério das Relações Exteriores pediu ao órgão fiscal que tomasse as "providências necessárias para liberação dos bens retidos", mas a Receita retrucou que só seria possível fazer a retirada mediante os procedimentos de praxe nestes casos, com quitação da multa e do imposto devidos. Em seguida, a própria chefia da Receita entrou em campo para liberar o material, mas os servidores do órgão mantiveram-se firmes.

A última tentativa do governo de Bolsonaro de reaver as joias aconteceu na véspera da viagem do ex-presidente para os Estados Unidos, onde ele permanece até hoje. Em 29 de dezembro de 2022, o sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, então chefe da Ajudância de Ordens da Presidência da República, chegou ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com o objetivo de reaver o conjunto com colar, anel, relógio e um par de brincos de diamante, apreendido em 2021.

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