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CINEMA

''Guerra Civil'': distopia que não foge da realidade; leia a crítica do filme

Filme protagonizado por Wagner Moura estreia nos cinemas nesta quinta-feira (18) e retrata a polarização política nos EUA

Filme é estrelado por Kirsten Dunst e Wagner Moura Filme é estrelado por Kirsten Dunst e Wagner Moura  - Foto: Gshow / X

Num futuro distópico, inseridos em uma polarização política, os cidadãos norte-americanos sofrem com os efeitos nocivos da instauração de uma guerra civil nos Estados Unidos. Nesse contexto, "Guerra Civil", estrelado pelo brasileiro Wagner Moura, estreia nos cinemas nesta quinta-feira (18), com uma trama violenta sobre o conflito armado que tomou as ruas do país.

Em campo
Em meio à hostilidade, uma equipe de jornalistas de guerra, formada pela fotojornalista Lee (Kirsten Dunst) e o repórter Joel (Wagner Moura), decide sair de Nova York rumo a Washington D.C. para conseguir uma entrevista exclusiva com o presidente do país (Nick Offerman). 

Na viagem, os dois foram acompanhados pelo veterano jornalista Sammy (Stephen Henderson) e a novata fotógrafa Jessie (Cailee Spaeny), e os personagens embarcam numa perigosa jornada que registra o horror e o dilema da guerra.

Dirigido e roteirizado por Alex Garland ("Ex Machina: Instinto Artificial" e "Aniquilação"), "Guerra Civil", traz a guerra para o solo norte-americano, fenômeno incomum para o cinema hollywoodiano, propondo uma reflexão sobre a tensão provocada pela polarização criada pelas lideranças políticas.

No longa-metragem, os protagonistas se tornam alvos e o registro episódico da violência vivenciada pela equipe de reportagem demonstra a capacidade do diretor de registrar de maneira visceral, intensa e brutal a zona de guerra.

Na construção desse realismo, a fotografia frenética e o equilíbrio do som ambiente nos conflitos são os elementos que tornam o filme imersivo.  

Garland mostra criatividade na construção dos conflitos que permeiam o caminho dos personagens até a capital norte-americana, não fugindo de uma questão que assombra a realidade: a polarização.

Apesar disso, o cineasta propõe ao espectador mais perguntas do que respostas, tentando se manter neutro dentro da sua narrativa. Num momento de instruir a jovem Jessie, a experiente fotógrafa Lee comenta sobre o papel do fotojornalismo ser designado para registrar o acontecimento e que as outras pessoas devem fazer as perguntas e não os profissionais.  

Bom suspense
O dilema de "Guerra Civil" é conduzido pelo bom suspense e ação da trama, pelas atuações intolerante de Kirsten Dunst e carismática de Wagner Moura, mas ao entrar na perspectiva pessoal da busca pela imagem perfeita ou da exclusividade no exercício do jornalismo, o filme afasta o público da questão moral por não adotar uma perspectiva na narrativa.

Tornando os personagens testemunhas e não agentes de suas próprias histórias, o diretor traça de maneira superficial a possibilidade do profissional ser substituído e ultrapassado.

Para incrementar sua visão da temática, Garland utiliza o foreshadowing - artifício narrativo pelo qual o roteirista insinua fragmentos da história que ainda está por vir, promovendo uma sensação amarga no público, mas impactante.    

Produzido pela A24, "Guerra Civil" é o filme com maior orçamento da produtora custando cerca de US$ 50 milhões (em torno de R$ 261 milhões).

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