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Heloísa Périssé fala da segunda temporada de "Cine Holliúdy"; confira entrevista

A atriz valoriza força feminina diante do vídeo, e torce por mais temporadas

HELOÍSA PÉRISSÉ, A SOCORRO DE "CINE HOLLIÚDY"HELOÍSA PÉRISSÉ, A SOCORRO DE "CINE HOLLIÚDY" - FOTOS: DIVULGAÇÃO/GLOBO

            Heloísa Périssé conhece cada detalhe que cerca um projeto para televisão. Há quase 30 anos diante das câmeras, a atriz sabe que um esforço conjunto é primordial para o sucesso de um produto. Na segunda temporada de “Cine Holliúdy”, ela, que vive a forte Socorro, viu o entrosamento da equipe e do elenco ser fundamental para manter o pique e a sintonia de todos após uma longa espera pela retomada das gravações em virtude da pandemia.

“Sei a opinião de todo mundo do elenco sobre esse projeto porque chegamos a morar juntos por três meses durante a primeira temporada. A gente leva esse frescor para a segunda temporada para tratar de assuntos sérios com muito humor. Então, se eu tivesse que definir ‘Cine Holliúdy’ em uma palavra, seria ‘equipe”, defende Heloísa, que já engatou as gravações da terceira leva de episódios. “Espero que tenha quarta, quinta...décima (risos)”, completa.

            Em “Cine Holliúdy”, Socorro, que é a nova prefeita de Pitombas, quer iniciar um novo tempo na cidade. Olegário, papel de Matheus Narchtergaele, não aceita muito bem ser coadjuvante da esposa. Ela, ao assumir a prefeitura, se recusou a fazer parte das falcatruas do marido, e por isso enfrenta seus deslizes e os protestos frequentes dos vereadores da cidade que, em sua maioria da oposição, causam um rebuliço na nova gestão. “Como prefeita, ela precisa de força e peito para enfrentar todos aqueles machos da cidade. Estamos falando de uma trama ambientada em 1970, onde tudo era machista”, aponta.

P – A trama de “Cine Holliúdy” marca seu retorno à tevê após finalizar um tratamento contra o câncer. Como foi voltar aos estúdios depois desse período?

R – Foi incrível. Fiquei muito feliz de voltar em um projeto tão gostoso e tranquilo. “Cine Holliúdy” é um trabalho que carrego com muito carinho. Se eu pudesse definir em uma palavra, seria equipe. Temos uma conjunção maravilhosa de talentos, de amizades, de humildade e de amores. É uma satisfação participar dessa série porque é leve e bem-humorada, mas muito inteligente. Já fiz alguns trabalhos na tevê, né? O tempo já diz isso (risos).

P – Como assim?

R – Tenho muitos trabalhos na tevê e sei quando temos um bom projeto em mãos. Eu já estou na fase de escutar frases, como: “sou sua fã desde pequena” ou “minha mãe te adora” (risos).

P – Essa passagem do tempo a incomoda de alguma forma?

R – Não, de jeito nenhum. Não fico chateada de forma alguma. Ouço muito isso na rua e adoro demais. Podem sempre falar (risos). Fico feliz porque é reconhecimento de uma boa trajetória.

P – Na segunda temporada, a Socorro assume a prefeitura da fictícia Pitombas. De que forma essa nova função impacta na vida dela?

R – Na primeira temporada, a Socorro chega em Pitombas como uma forasteira de São Paulo, casada com o Olegário. Ela buscava uma vida melhor para ela e para a filha. Mas, ao longo dos episódios, ela foi percebendo que o Olegário era meio “bad guy” e isso a incomodava. Afinal, ela era uma mulher que veio do povo. Termina a primeira temporada com ela assumindo a prefeitura. Quando começa essa nova leva de episódios, ela já chega tendo de enfrentar aquele monte de machos na prefeitura. Estamos falando da década de 1970 e o machismo era pulsante naquela época.

P – De que forma a Socorro irá quebrar essa resistência masculina?

R – Mulher no comando não dá folga, né? O Olegário não admite ter perdido a prefeitura para a esposa e ele achava que iria comandá-la no cargo. Mas isso não acontece. Então, ele tenta passar a perna nela. Até se vestir de homem para se impor a Socorro, se veste. Apesar disso, a Socorro e o Olegário se amam, existe um lugar de afeto forte e verdadeiro entre eles. Gosto muito disso porque geram boas discussões e embates.

P – Mesmo sendo ambientada na década de 1970, você acredita que “Cine Holliúdy” consegue dialogar com assuntos contemporâneos?

R – Sim, com certeza. Estamos em 2022 e nos deparamos com situações machistas inacreditáveis. Gosto de como a série joga luz nessas questões. Isso faz a gente pensar e tomar providencias. É possível ver um paralelo entre 1970 e 2022. A gente trata de assuntos sérios com muito amor. O humor, como dizia Chico Anysio, dá a liberdade de entrar em muitos lugares. Lugares que ninguém entra com tanta propriedade como o humor. Acho que a terceira temporada vai seguir por essa linha também, vai ser uma loucura (risos).

P – Durante a primeira temporada, vocês chegaram a ficar três meses gravando em Areias, interior de São Paulo. Esse período de convivência reverbera de alguma forma até hoje no entrosamento de vocês em cena?

R – Foram três meses muito intensos, a gente se mudou para Areias e Areias virou a nossa Pitombas. Toda a população da cidade viveu com a gente essa fantasia, acompanhando e participando das gravações. Foram momentos especiais. A gente precisou fazer essa roda da engrenagem funcionar de forma fluida. A nossa plateia começa nos bastidores. A gente se ama demais e é fã um do outro. Olha, eu achava que era uma pessoa engraçada até contracenar com esse elenco (risos).

P – Durante a fase mais aguda da pandemia, a primeira temporada da série foi reprisada. Você curte revisitar seus projetos?

R – Sim. Amei rever a série. Eu sou apaixonada por “Cine Holliúdy” e fiquei feliz com a volta da série para poder rever todo aquele momento inesquecível que eu passei na minha vida. A Maria do Socorro é um personagem muito importante na minha carreira. A série realmente tem um lugar muito especial no meu coração.

Força feminina

            A narrativa feminina chamou a atenção de Heloísa Périssé na segunda temporada de “Cine Holliúdy”. Desta vez, a produção de humor jogou luz nas personagens femininas, que são responsáveis por boa parte da condução da história. “A mocinha (Francisca, vivida por Luísa Arraes) dessa temporada é completamente canalha. Ela chega com um pé na porta. Ela é diferente das mocinhas convencionais porque vem cheia de golpes e armações”, explica.

            Além de Francisca, Heloísa também se surpreendeu com o crescimento de Formosa, papel de Lorena Comparato, na nova temporada. “A Lorena faz a louca mais consciente do mundo, né? Essa nova temporada traz uma junção das personalidades femininas que dão um tempero especial ao enredo”, defende.

Por trás da máscara

            Antes de voltar ao ar em “Cine Holliúdy”, Heloísa se aventurou na segunda temporada de “The Masked Singer Brasil”. Na produção, a atriz incorporou a Coxinha e cantou sucessos, como “Ragatanga”, da banda Rouge, e “Garota Nacional”, do Skank. “Foi uma surpresa muito grande receber o convite para o programa, ainda mais como Coxinha. E foi muito legal participar. Eu quero ir de Coxinha a Dercy, a Monalisa, a Tati. Sou uma pessoa determinada a fazer tudo o que me deixa feliz”, ressalta.

            O fato de cantar por baixo de uma fantasia encorajou a atriz a encarar a inédita missão do programa comandado por Ivete Sangalo, que já tem nova temporada prevista para o início do ano que vem. “Era muito divertido ver todo mundo ali e não ser reconhecida, quase uma capa da invisibilidade. A Coxinha tinha um ‘mood’ de ‘Pequena Miss Sunshine’, porque ela não tinha ginga nenhuma, mas se esforçava para acompanhar o balé (risos)”, relembra.

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