Herança de Gugu: veja brigas familiares que ainda não foram resolvidas
Decisão do apresentador, morto em 2019, prevaleceu ao término do processo, porém disputas pela fortuna de Cid Moreira, Chico Anysio e Pelé ainda permanecem
A disputa em torno da herança de Gugu Liberato terminou. Ao fim, prevaleceu o desejo do apresentador, que morreu em novembro de 2019, após sofrer um acidente doméstico em sua casa em Orlando, nos Estados Unidos. O documento indicava que 75% de sua herança ficaria igualmente dividida para seus três filhos — João Augusto, de 18 anos na época, e as gêmeas Sofia e Marina, de 16 anos. Os outros 25% seriam destinados para seus cinco sobrinhos.
Os problemas começaram quando Rose Miriam di Matteo, mãe dos três filhos do apresentador, entrou com uma ação de reconhecimento de união estável com Gugu. Caso fosse reconhecida, ela ficaria com 50% da herança. O caldo engrossou quando o chef de cozinha Thiago Salvático também reivindicou uma união estável com o apresentador.
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A fortuna de Gugu não foi a única a ser motivo de uma disputa familiar. Veja a seguir outros casos que ganharam destaque nos últimos anos:
Filhos de Cid Moreira de fora
Cid Moreira, que morreu aos 97 anos em outubro deste ano, deserdou os filhos, Rodrigo e Renan, de acordo com o testamento mostrado divulgado pela Record à época. O programa teve acesso ao documento público, lavrado no dia 6 de março de 2024, em que o apresentador deixa como herdeira de seu patrimônio, avaliado em cerca de R$ 60 milhões, a mulher, Maria Fátima Sampaio Moreira, com quem foi casado por 23 anos.
No documento público, Cid explica que Rodrigo — filho mais velho do apresentador, fruto do segundo casamento dele, com Olga Verônica Radenzev Simões — ficou fora do testamento por causa de um processo movido por Rodrigo que pedia R$ 1 milhão do pai por danos morais. O filho, que denunciava ausência paterna, perdeu a ação. Hoje, ele já está com um advogado para contestar o documento público.
Telas milionárias de Tarsila do Amaral
Uma das pintoras mais consagradas do país, Tarsila do Amaral morreu em 1973, não resistindo a complicações pós-operatórias, e não deixou descendentes diretos. Sua filha, Dulce, e sua neta morreram antes dela. No caso da artista modernista, a disputa familiar envolve os descendentes de seus cinco irmãos, representados por mais de 50 pessoas atualmente.
À época da morte de Tarsila, sua condição financeira não era vantajosa. A briga, portanto, refere-se à exploração das obras da pintora em exposições, peças teatrais, produtos licenciados e na venda de telas. Um exemplo é “A lua”, vendida ao MoMA por US$ 20 milhões (cerca de R$ 74 milhões na época), com uma parcela do valor revertida para os membros da família. Quem estava à frente da empresa que geria o negócio era Tarsilinha do Amaral (sobrinha-neta da pintora), mas ela deixou o posto no ano passado. Em meio a uma disputa judicial e desconfiança quanto a administração, foi substituída na gestão do espólio por Paola Montenegro, sua sobrinha-bisneta.
Conta zerada de Chico Anysio
Lenda do humor no Brasil, Chico Anysio teria deixado um patrimônio de R$ 20 milhões quando morreu, em março de 2012. Mas o espólio do artista está até hoje sob disputa. Após a morte do humorista, Malga di Paula, sua última esposa, com quem foi casado por 14 anos, foi declarada inventariante do marido. Em 2017, Bruno Mazzeo entrou na Justiça alegando "incompetência e omissão" de Malga na gestão do patrimônio e assumiu a função de inventariante. Naquele momento, ele teria encontrado a conta zerada.
Em 2020, o único testamento deixado por Anysio foi anulado por excluir da herança um dos filhos do humorista, o ator Lug de Paula, conhecido por interpretar o personagem "Seu Boneco". A lei brasileira não permite deserção.
Malga defende que o desejo de Anysio era que os filhos mantivessem os patrimônios intelectuais do artista, enquanto ela permaneceria com os materiais, o que é contestado pela prole. Sem o testamento, a Justiça não permite que um herdeiro fique com mais da metade da herança.
50% da fortuna de Agnaldo Timóteo
Pouco antes de morrer por complicações da covid-19, aos 84 anos, Agnaldo Timóteo registrou em testamento que metade de sua fortuna, avaliada em R$ 16 milhões, deveria ser destinada à filha Keyty Evelyn, segundo o jornal Extra. A menina, que tinha 14 anos na época, foi criada por ele desde os 2 anos. O cantor determinou que os outros 50% do patrimônio fossem divididos entre dois afilhados (10% para cada) e dois dos seus seis irmãos.
Para cuidar do inventário e assumir a tutela de Keyty, Agnaldo nomeou seu advogado, Sidney Lobo Pedroso, amigo próximo há 45 anos. Isso se fez necessário porque a adoção da jovem não foi formalizada enquanto ele ainda estava vivo. No entanto, os irmãos do artista alegaram, na época, que Agnaldo estava confuso ao tomar essa decisão sobre a divisão dos bens. Sua irmã Ruthinete chegou a apresentar um laudo médico indicando que ele estava desorientado e incapaz de responder por suas ações.
Império do rei Pelé
O maior jogador de futebol da história morreu em dezembro de 2022 devido a um câncer de cólon, deixando um patrimônio de cerca de R$ 80 milhões, na conversão atual, segundo a revista Forbes.
Pelé se casou duas vezes e teve sete filhos, seis dos quais estão vivos e podem ser herdeiros por lei. No entanto, a disputa judicial é limitado a três familiares: seu filho, Edinho, sua viúva, Márcia Aoki, e sua enteada, Gemima. Edinho entrou com pedido inicial para ser inventariante, argumentando que administrava os bens do pai em seus últimos momentos, quando o ex-jogador estava no hospital. Mas, a juíza responsável pelo caso negou o pedido e declarou que o direito de ser inventariante cabe a Márcia Aoki.
Gemima entrou na briga judicial mais tarde, dizendo que, apesar de ser enteada, Pelé sempre a tratou como filha. A juíza a aconselhou a provar que tinha relação afetiva com o rei.