Hollywood pede que Trump proteja cinema e TV da Inteligência Artificial
Entre os signatários da carta aberta ao presidente americano estão nomes como Paul McCartney, Mark Ruffalo e Cate Blanchett
Centenas de astros de Hollywood pediram em carta aberta que a Casa Branca proteja os direitos do cinema, da TV e da música das gigantes da tecnologia e da inteligência artificial (IA).
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Cerca de 400 artistas e diretores, como Ben Stiller, Mark Ruffalo, Paul McCartney e Chris Rock, assinaram o documento é uma resposta às grandes empresas que dizem que seus modelos de IA devem ter permissão para serem treinados em uma ampla gama de trabalhos protegidos por direitos autorais, sob pena de ficarem atrás das concorrentes chinesas.
Permitir que essas empresas explorem "as indústrias criativas e de conhecimento dos Estados Unidos" ameaçaria "a economia mais vibrante do mundo", diz a carta, que ressalta que a indústria do entretenimento dos Estados Unidos oferece mais de 2,3 milhões de empregos e "uma base para a influência democrática dos Estados Unidos e de 'soft power' no exterior".
Trump assinou em janeiro um decreto em que se compromete a eliminar "o controle governamental desnecessário" da IA e promover "o domínio global da IA dos Estados Unidos".
A Casa Branca convidou as empresas e partes interessadas a apresentar sugestões.
Se os desenvolvedores chineses "tiverem acesso irrestrito às informações, e as empresas americanas não tiverem um acesso justo, a corrida pela IA estará acabada", advertiu a OpenAI, destacando o progresso rápido da China com modelos como o DeepSeek.
A resposta de Hollywood foi enviada ao departamento de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca na semana passada.
Os organizadores da iniciativa informaram que continuavam coletando assinaturas.
Os signatários da carta incluem ainda: Guillermo del Toro, Cynthia Erivo, Cate Blanchett, Phoebe Waller-Bridge, Paul Simon, Aubrey Plaza, Ayo Edebiri, Joseph Gordon-Levitt, Lily Gladstone, Sam Mendes, Janelle Monáe, Maggie Gylenhall e Michaela Coel.
A IA se tornou uma preocupação em Hollywood, onde estúdios e produtores querem explorar o seu potencial de redução de custos, mas muitos temem que isso acabe com empregos e afete a qualidade do conteúdo.
Também foi uma questão central nas greves que levaram a indústria do entretenimento americana a uma paralisação longa e cara em 2023.
Roteiristas e atores chegaram a um acordo com os estúdios sobre temas como proteções rigorosas contra a inteligência artificial, exigindo autorização e indenização caso os modelos de IA sejam treinados com roteiros ou sejam criados personagens com características dos atores.
"Não se enganem: essa questão vai além da indústria do entretenimento. O direito de treinar a IA com conteúdo protegido impacta todas as indústrias do conhecimento nos Estados Unidos", diz a carta.