"I Wanna Dance With Somebody": o raso 'medley' sobre a vida de Whitney Houston
Biografia de um dos maiores vocais da história chega aos cinemas nesta quinta-feira (12)
"Vamos fazer um medley para você", antecipa Whitney Houston (Naomi Ackie) em sua performance de “I Love You, Porgy”, “And I Am Telling You I'm Not Going” e “I Have Nothing” no 21º American Music Awards, em 1994, e também na abertura de “I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston”, biografia da cantora que estreia hoje (12) nos cinemas brasileiros, antes de voltarmos no tempo para quando ‘A Voz’ era uma jovem cantora gospel entre os vocais de apoio de sua mãe, Cissy Houston (Tamara Tunie).
E o uso da palavra "medley" nos primeiros segundos do longa é intencional. Não há termo que descreva melhor, para o bem ou para o mal, o desafio de compilar os momentos mais importantes da vida de uma das maiores vozes da história em pouco mais de duas horas e meia.
A direção de Kasi Lemmons segue a fórmula de outras biografias super produzidas de nomes da música, a exemplo de “Bohemian Rhapsody”, com quem compartilha o roteirista Anthony McCarten, sendo uma costura de recortes rasos da vida pessoal e artística de Houston.
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Nenhuma das icônicas performances e gravações são espetacularizadas o suficiente pela direção de Lemmons, sendo tão superficiais quanto o drama carregado de falas expositivas sobre os altos e baixos da vida de Houston, carecendo de uma real profundidade em temas como sua sexualidade, problemas com drogas, e os problemáticos relacionamentos com o marido Bobby Brown (Ashton Sanders) e o pai John Houston (Clarke Peters).
Para fãs de Houston e conhecedores de sua história, o longa não traz nada novo ou fora do ordinário além da potente atuação, convincente lip sync e maneirismos de Naomi Ackie, a maior desafiadora da superficialidade imposta pelo roteiro. Para o público geral, o filme é uma boa introdução e homenagem à artista, e a trilha sonora arrepiante pode valer o ingresso.