Indicações de 'Ainda estou aqui' ao Oscar levam público a lotar os cinemas brasileiros
Com mais de 3,6 milhões de espectadores no país, filme também estreia com ótima bilheteria no circuito internacional
Leia também
• 'Emilia Pérez': como o musical sobre um traficante transexual driblou polêmicas e bateu recorde
• Saiba quem foi estrela que teve casos com mais de 150 atrizes, incluindo uma das mais desejadas
Ainda estou aqui vem quebrando recordes na História do cinema brasileiro. Há três meses em cartaz em circuito nacional, o longa dirigido por Walter Salles já vinha lotando salas desde sua estreia, em outubro de 2024. Depois das três históricas indicações ao Oscar, incluindo a principal categoria da premiação, de melhor filme, fato inédito para uma produção brasileira. No entanto, o público correu para os cinemas para ver (ou rever) o drama baseado na história da família de Eunice e Rubens Paiva durante a ditadura militar.
Na última quinta-feira (23), data em que foi anunciada a lista de indicações da Academia, o filme, que segue em cartaz em 500 salas após 12 semanas, registrou 29 mil ingressos vendidos — 38% a mais que na quinta-feira anterior. Com um público de 3.655.000 de espectadores, "Ainda estou aqui" é, no momento, o longa brasileiro de melhor desempenho após a pandemia.
Indicações
Na terceira posição entre os filmes mais vistos no país esta semana (atrás apenas dos blockbusters "Mufasa" e "Sonic 3"), o longa nacional cravou o segundo lugar em renda e a melhor média de público por sala no Top 10. A tendência é que os números melhorem ainda mais durante o final de semana.
Com três indicações, "Ainda estou aqui" se torna o segundo filme brasileiro com mais indicações ao Oscar, atrás apenas de "Cidade de Deus", em 2024, que concorreu a quatro estatuetas: melhor direção, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia e melhor montagem. É a primeira vez, no entanto, que uma produção nacional concorre na categoria principal da cerimônia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
O longa brasileiro, primeira produção original Globoplay, foi indicado ainda na categoria filme internacional (antes chamada melhor filme estrangeiro), pela primeira vez em 26 anos, depois de "Central do Brasil", também dirigido por Walter Salles. "Ainda estou aqui" concorre também ao prêmio de melhor atriz, para Fernanda Torres, que repete o feito de sua mãe, Fernanda Montenegro, indicada na categoria em 1999, por "Central do Brasil'.
Repercussão internacional
Impulsionada pelo sucesso local, a trajetória internacional do longa já rendeu frutos como o Globo de Ouro de melhor atriz em drama para Fernanda Torres, além de indicações ao Critics Choice, ao Bafta e ao próprio Golden Globe na categoria de longa internacional.
A repercussão de “Ainda Estou Aqui” na temporada de premiações reflete também nos resultados em circuitos de mercados internacionais. O longa liderou as bilheterias de Portugal no fim de semana de estreia, com sessões esgotadas nas cidades de Porto e Lisboa, com 55 cópias em cartaz. Nos Estados Unidos, onde teve lançamento selecionado em cinco salas em Nova York e Los Angeles, antes de expandir o circuito, o filme teve a maior média de arrecadação por cinema (US$ 22,7 mil) entre todos os longas em cartaz.
Na França, onde ganhou exibição em 180 complexos, também registrou a maior média de renda por cinema (US$ 3,1 mil). Nas próximas semanas, o filme também chega a outros países europeus: na Itália, o lançamento ocorre no próximo dia 30 de janeiro, enquanto Espanha e Inglaterra recebem a abertura do filme no dia 21 de fevereiro.