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Inteligência artificial, apps de namoro, Trump: cinco vezes em que "Black Mirror" previu o futuro

Em entrevista, o criador da série ressaltou sua surpresa ao acertar discussões produzidas antes do boom de certas tecnologias

Annie Murphy e Selma Kayek na sexta temporada de 'Black Mirror' Annie Murphy e Selma Kayek na sexta temporada de 'Black Mirror'  - Foto: Divulgação

Black Mirror se tornou uma queridinha dos fãs por ter como premissa trazer futuros distópicos, algumas vezes engraçados, outras tristes, mas sempre surpreendentes.

Ainda que sejam ideias baseadas na realidade, a trama consegue chocar quando suas histórias acertam o que acontece e passam a ser previsões do que a tecnologia pode trazer para a humanidade. Em uma entrevista recente ao The Hollywood Reporter, o criador de 'Black Mirror', Charlie Brooker, ressaltou a sua surpresa ao acertar na discussão sobre inteligência artificial (IA), mesmo que a série tenha sido produzida meses antes do "boom" da tecnologia.

"Quando filmamos, era setembro-outubro. Foi pouco antes do lançamento do ChatGPT.", disse Broker. "Acho que foi cerca de uma semana depois que o ChatGPT foi lançado e, de repente, todo mundo estava falando sobre IA generativa e como todos os trabalhos criativos seriam substituídos, eliminados ou automatizados."

Além da "previsão" feita sobre impactos da inteligência artificial no mundo, no episódio "Joan Is Awfull", da sexta temporada, a série conseguiu acertar em outras situações, de acordo com os fãs.

Dos aplicativos de namoro até a utilização de tecnologia para voltar a se comunicar com pessoas mortas, as histórias tendem a estar muito próximas das discussões da sociedade e traz de volta a máxima de Oscar Wilde, "a vida imita a arte".

 

Confira cinco vezes em que "Black Mirror" previu o futuro:

The Entire History of You - Temporada 1, Episódio 3
Neste capítulo, a maioria das pessoas possuem um implante em seus olhos que gravam todo o ambiente em que elas estão presentes. Em formato de grãos, a tecnologia é usada para relembrar momentos e rever situações pelas quais a pessoa passou mas não reparou.

Mesmo não sendo um grão colocado nos olhos, tecnologias como o Spectacles, do Snapchat, ou o Eyephone, do iPhone, já permitem o uso de câmeras que gravam a exata mesma visão dos olhos do usuário.

Be Right Back - Temporada 2, Episódio 1
Neste episódio, uma mulher recebe a notícia da morte do marido em um acidente de trânsito. Ao saber disso, ela usa todos os seus perfis em redes sociais para criar virtualmente um novo companheiro. Com isso, ela passa a trocar mensagens, duplicar a voz do marido morto e conversar por telefone - tudo virtualmente. Dessa forma, ela se permite acreditar que está falando com seu parceiro, mantendo-o atualizado até sobre a gravidez.

Na vida real, a empresa Somnium Space já anunciou o uso do metaverso para guardar dados pessoais, expressões faciais e voz de seus usuários em um sistema chamado “Live Forever” (Viver para Sempre, em tradução livre).

The Waldo Moment - Temporada 2, Episódio 3
Já neste episódio, foi realizada uma previsão política. O Waldo, um personagem animado daquela sociedade, entra na política após uma brincadeira em um programa de televisão e se torna um nome para o parlamento. A pessoa que o interpreta, no entanto, é ignorada, mesmo sendo um homem problemático. Dessa forma, o candidato animado ganha inúmeros seguidores que se tornam fãs, escutando todas as palavras do ícone.

O episódio foi lançado em 2013, mas muitos fãs o consideram uma afronta a Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos e figurinha carimbada em inúmeros programas de televisão.

Hang the DJ - Temporada 4, Episódio 4
Neste capítulo, o foco da história está em uma aplicativo de relacionamentos que oferece aos usuários inifitas possibilidades para se relacionar com os matches (pessoas que te curtiram) de acordo com as informações disponibilizadas. Dessa forma, torna-se muito mais fácil saber quando duas pessoas são compatíveis. Mas o sistema é contestado por um casal que se apaixona mesmo sem estar matematicamente corretos.

A utilização dos dados de usuários por aplicativos de namoro já acontece. Apps como Tinder e Badoo já analisam o tempo que você passa analisando uma pessoa, assim como o padrão de escolhas do usuário para, assim, trazer matches com base nos dados deixados pelos clientes.

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