Irmãos Menendez, presos por matarem os pais, ficaram mais de 20 anos separados
Caso voltou a chamar atenção depois de série sobre o assassinato dos pais da dupla
O promotor distrital de Los Angeles disse, nesta quinta-feira (24), que pediria uma nova sentença para os irmãos Lyle e Erik Menéndez, condenados à prisão perpétua pelo assassinato de seus pais em 1989.
A medida tornaria a dupla, que está na cadeia há 24 anos, elegível para liberdade condicional. O caso voltou a chamar atenção depois ser retratado numa série da Netflix, cujos trechos viralizaram nas redes sociais — entre eles, a cena da separação dos irmãos, em 1996.
Leia também
• Polícia do Rio mantém 22 torcedores uruguaios presos por confusão antes de Botafogo x Peñarol
• Pernambuco: três suspeitos de roubo de veículos de transporte de valores são presos
Lyle e Erik foram levados a diferentes presídios depois de serem condenados à prisão perpétua. Os dois só puderam se rever em 2018, quando Lyle foi transferido para a R.J.
Donovan Correctional Facility, na Califórnia, onde irmão já estava havia cinco anos. Os irmãos se reencontraram em abril daquele ano e, segundo o jornalista Robert Rand, foram às lágrimas.
— Eles apenas se abraçaram por alguns minutos sem dizer nenhuma palavra um ao outro. Então os oficiais da prisão os deixaram passar uma hora juntos em uma sala — disse o jornalista em entrevista à ABC News, em 2018.
O promotor George Gascón anunciou sua decisão de apoiar a revisão da sentença em uma entrevista coletiva no Hall of Justice, em Los Angeles.
“Acredito que eles pagaram sua dívida com a sociedade”, disse o promotor. O promotor, que estava cercado por membros de seu gabinete e membros da família Menendez, disse que entraria com o pedido no tribunal nesta sexta-feira (25) para que os irmãos fossem sentenciados novamente, com possibilidade de liberdade condicional.
Não está claro quando um juiz do Tribunal Superior de Los Angeles decidirá sobre o pedido de nova sentença. Se um juiz concordar com Gascón, os irmãos terão que comparecer perante um conselho de liberdade condicional.
Mas as revisões pelo tribunal e pelo conselho de liberdade condicional podem levar muito mais semanas e a libertação dos irmãos está longe de ser garantida.
O promotor distrital observou que havia desacordo em seu escritório sobre se deveria prosseguir com a nova sentença. Ele citou um documentário recente que, segundo ele, “trouxe uma tremenda quantidade de atenção pública” e solicitações de informações.
Durante seu primeiro julgamento no início dos anos 1990, que foi televisionado, os irmãos disseram que foram molestados sexualmente por seu pai e temiam por suas vidas.
Na época, suas alegações foram recebidas com ceticismo generalizado.
Mas Gascón disse que foi finalmente convencido pelos promotores em seu escritório que revisavam o caso a pedir reconsideração ao tribunal, e que ele acreditava nas alegações de abuso.
Os irmãos estão cumprindo penas de prisão perpétua sem liberdade condicional em uma prisão estadual perto de San Diego.
O caso atraiu atenção renovada este ano depois que a Netflix lançou uma série dramática sobre a história e, mais tarde, um documentário no qual os irmãos discutiram o caso longamente em entrevistas na prisão.
A equipe de defesa dos irmãos argumentou que eles foram abusados sexualmente pelo pai, Jose Menendez, e que a mãe deles, Kitty Menendez, sabia disso.
Os advogados disseram que os irmãos mataram os pais porque temiam por suas vidas. Os irmãos confrontaram os pais sobre o abuso, disseram os advogados, e estavam preocupados que os pais os matassem para evitar que os segredos da família se tornassem públicos.