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TELEVISÃO

Isabela Santana, atriz de origem Pataxó, fala sobre estreia na televisão em "Falas da Terra"

Especial traz a histórias de três jovens indígenas que se juntam para gravar um videoclipe de rap na floresta

Isabela Santana, atrizIsabela Santana, atriz - Foto: Divulgação

O especial “Falas da Terra”, que integra a antologia “Histórias Impossíveis”, vai ao ar nesta segunda-feira (17), logo após o “BBB 2”, na TV Globo. Isabela Santana, de 22 anos, é uma das três atrizes de origem índigena que protagonizam o episódio “Pintadas”. 

Exibida na semana do Dia dos Povos Indígenas, a trama apresenta três jovens indígenas que se encontram no Mato Grosso do Sul para a gravação de um videoclipe de rap na floresta. Diante de uma natureza destruída, elas são impactadas por uma série de acontecimentos fantásticos que as levarão a um mergulho na ancestralidade de seus povos.

O trabalho é a estreia de Isabela na tela. “Sempre trabalhei, estudei e acreditei demais da conta para poder seguir meu sonho de ser atriz: buscando testes, praticando, me apresentando e me dedicando. Minha teimosia e insistência sempre fizeram parte desse caminho que eu já tenho percorrido, mas sinto que tem algo muito mágico sobre a forma que aconteceu tudo nesse projeto”, conta a jovem artista de 22 anos, que realizou o teste para o especial no dia do seu aniversário.
 

A atriz conta que se identificou imediatamente com a maneira como a sua personagem percebe o mundo. “Sua forma encantada de ver o mundo, sua curiosidade, seu sorriso solto. Sinto que assim como Michele, eu também sou guiada por uma curiosidade pela minha própria história, guiada pela memória, pelos sons que vem de fora, mas também de dentro”, dispara.

Isabela divide a cena com outras duas atrizes estreantes na televisão: Ellie Makuxi e Dandara Queiroz. “Esse especial traz, através da ficção, pautas como o desmatamento, violência contra as mulheres indígenas e o ataque aos direitos e territórios indígenas, ou seja, retrata a realidade através de uma história fictícia”, pontua a atriz. 

“É importante usar essa ferramenta para mostrar ao público que por mais que nossos modos de vida e visão de mundo sejam diferentes, estamos vivos, somos diversos, cada um de nós tem uma história coletiva e merecemos respeito”, complementa.

A antologia foi criada e escrita por Renata Martins, Grace Passô e Jaqueline Souza, com direção artística de Luisa Lima. Para a direção de “Pintadas”, juntam-se as diretoras Thereza de Medicis e Graciela Guarani. Já na sala de roteiro, foram convidadas Thais Fujinaga, Hela Santana, Renata Tupinambá e Graciela Guarani.

“As pessoas indígenas sempre foram retratadas de forma muito estereotipada e essa imagem caricata sobre nós sempre alimentou o preconceito e o racismo da população brasileira com os povos originários”, analisa a artista, que nasceu e cresceu em São Paulo, mas tem raiz Pataxó do Sul da Bahia em sua família. 

“Acredito que [o especial] é mais um passo de muito que ainda precisa ser feito. Mostrar mulheres indígenas que têm sonhos, vontades, subjetividades e personalidades distintas é também mostrar o quanto as realidades de pessoas indígenas são diversas, amplas e muitas. Precisamos diversificar as narrativas porque somos diversos. Diversificar não só na frente das câmeras mas também atrás: na produção, direção, roteiro e por aí vai. Estarmos em posição de decisão e criação para contar as nossas próprias histórias é um avanço mais do que necessário”, defende. 

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