J. Borges comemorou em junho o título de cidadão carioca: "Já pintei e bordei muito no Rio"
Mestre da xilogravura, pernambucano, J. Borges, morreu nessa sexta-feira (26), aos 88 anos
O poeta e xilogravurista J. Borges, morto nessa sexta-feira (26) aos 88 anos, recebeu o título de cidadão carioca no fim de junho. Em cartaz no Rio de Janeiro com uma exposição de seu trabalho no Museu do Pontal, ele comemorou, em entrevista ao Globo, o reconhecimento a seu trabalho dado pela cidade.
"Agora vou me unir ao povo carioca. Sendo cidadão, vou gostar ainda mais do Rio. Hoje já não consigo ir, mas já pintei e bordei muito por aí" brincou o mestre da xilogravura, em entrevista por telefone de seu ateliê em Bezerros (PE), onde costumava ir trabalhar diariamente.
"Acordo todo dia às 6h30, tomo um cafezinho e vou pro ateliê. Vem muita gente visitar, turista e ônibus de escola. Tem dia que só consigo almoçar depois de 14h, 15h. Já dei palestra e ensinei nos Estados Unidos, na França, na Suíça, em Cuba, na Alemanha. Hoje fico mais quietinho aqui em Bezerros mesmo."
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Na entrevista, concedida ao jornalista Nelson Gobbi em 29 de junho, J. Borges demonstrou contentamento com a exposição “J. Borges — O sol do sertão”, em cartaz, que reúne obras de seis décadas de sua trajetória no Museu do Pontal
— Fazer uma exposição no Rio de Janeiro, para mim, é uma grande alegria, um momento raro na minha vida — disse o mestre da xilogravura, que expressou o desejo de que sua obra esteja em todos os lugares:
— Nunca quis me prevalecer do meu nome para cobrar caro pelo meu trabalho. Meu preço é aquele que o doutor compra, o presidente compra e o ajudante de pedreiro também compra. Quero que todo mundo fique com uma gravurinha minha.