Janja cita música de Tiago Iorc e Duda Beat para explicar roupa laranja em coroação
Primeira-dama afirma que recebeu orientações de equipe inglesa que organizou a cerimônia em Londres e faz exaltação à canção 'Tangerina'
A primeira dama Rosângela Silva, mais conhecida pelo apelido Janja, usou as redes sociais, neste domingo (14), para explicar como se deu a escolha do vestido que ela utilizou, na última semana, para acompanhar a coroação do Rei Charles III, em Londres, na Inglaterra. Nas redes sociais, parlamentares da oposição criticaram a cor da vestimenta, em publicações ofensivas e machistas.
"Recebi algumas orientações do cerimonial da Inglaterra, para a coroação, sobre os looks", explicou Janja, em vídeo postado no Instagram. Ela ressaltou que usou a cor laranja com um motivo específico: "O tom faz uma referência à campanha do 'Faça bonito', contra a exploração sexual de crianças e adolescentes, e que vocês sabem que é um dos temas que eu realmente trabalho muito". Mas não só, como ela ponderou: "E também porque tem uma música do Tiago Iorc com a Duda Beat que eu amo, que é 'Tangerina'", brincou.
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Roupas geram críticas machistas
Como mostrou uma reportagem publicada pelo GLOBO neste domingo (14), os vestuários da atual e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tiveram quase 300 mil menções nas redes sociais desde julho de 2022, a maioria negativas, em comentários também feitos por parlamentares. Para especialistas, trata-se de uma reação ao protagonismo feminino.
Na ocasião da coração do Rei Charles III, o vestido laranja de Janja utilizado no jantar de recepção foi o tema mais comentado pela oposição nas redes, com comparações pejorativas. O deputado Maurício do Vôlei (PL-MG) se referiu a Janja como "Janjabóbora". O parlamentar afirmou que ela teria escolhido a cor "para distrair o povo do fato de que, até agora, não teve picanha”, em alusão a uma fala recorrente do presidente sobre o preço da carne durante a campanha. Outros deputados como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Coronel Meira (PL-PE) também comentaram.
Janja ressaltou, em vídeo postado neste domingo (14) — uma semana após a cerimônia —, que "não teria sentido eu me vestir de inglesa". "Optei por um vestido de lã, que foi todo trabalhado à mão. E porque estava frio! Posso dizer que fui uma das convidadas que não passei frio. E optei por aquele tom, que é sóbrio. Não quis utilizar nenhum tipo de brilho porque o cerimonial fez essa recomendação, e eu achei por bem seguir", frisou a primeira-dama.
As críticas à roupa da primeira-dama se repetiram no dia seguinte, data da coroação. A coordenadora nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Amanda Vettorazzo, comparou o vestido e sobretudo vermelhos usados por Janja a uma embalagem de batata frita. Segundo dados da Quaest, o maior pico de críticas a Janja ocorreu no dia 1º de janeiro, quando Lula tomou posse, com o terninho escolhido pela primeira-dama alvo dos ataques.
As roupas de Michelle também eram tópico nas redes durante o mandato de Bolsonaro. Quando o antigo casal presidencial esteve em Londres para o velório da Rainha Elizabeth II, em setembro do ano passado, a escolha por um vestido tubinho preto e um véu de poá recebeu críticas de "brega" e "inadequado". O evento foi o pico de menções às suas roupas no período.