SHOW

Jards Macalé e Sergio Krakowski desconstroem Zé Keti em "Mascarada"

Primeiro show do disco lançado em janeiro acontece neste sábado (20), a partir das 20h, no Teatro Boa Vista

Sergio Krakowski e Jards Macalé se apresentarão em duo neste sábado (20)Sergio Krakowski e Jards Macalé se apresentarão em duo neste sábado (20) - Foto: Geraldinho Magalhães

Um dos mais emblemáticos nomes do samba brasileiro, o compositor Zé Keti (1921-1999) teve sua obra revisitada por Jards Macalé e Sergio Krakowski Trio, no álbum “Mascarada”, lançado em janeiro deste ano, pela gravadora carioca Rocinante. Pela primeira vez, o disco será apresentado ao vivo, no show que Macalé e Krakowski realizam neste sábado (20), às 20h, no Teatro Boa Vista, no Centro do Recife.

Em “Mascarada”, os artistas desconstroem, rítmica e harmonicamente, canções clássicas de Zé Keti – como “Acender as velas”, “Opinião”, “Peço Licença” – em versões que trafegam por caminhos experimentais e fogem totalmente do convencional. Um disco “estranho”, como o próprio Jards classifica.

“Mascarada”
Gravado em 2019,  em Nova York, só em 2024 “Mascarada” veio ao mundo. Após introduzir alguns sambas em seus shows, o trio instrumental Sergio Krakowski (pandeiro), Todd Neufeld (guitarra) e Vítor Gonçalves (piano), que trabalha um conceito de música livre, aberta a investigações, resolveu homenagear Zé Keti, e para cantar suas músicas, convidaram Macalé, que foi amigo do sambista e também é afeito a subverter cânones.

 

As músicas de Zé Keti, então, transitaram do samba raiz para versões soturnas, repletas de quebras, silêncios, tempos estendidos. “A gente busca a expressão de uma música de experimentação, que não está fadada às marcações e às limitações dos rótulos. O disco tem essa característica de não contar a história de uma forma canônica. É uma interpretação dessa outra narrativa, uma narrativa cheia de conflitos e dúvidas”, aponta Krakowski.

“O Jards já tem essa essa busca da canção assim. A canção dele já tem muito esse espaço de investigação. Juntou isso com essa mensagem do Zé Keti, que é uma mensagem não ortodoxa. É uma outra expressão, que também foi uma afirmação do samba, não como o bom menino samba, mas um samba que é de luta, o samba de resistência, tudo isso se juntou de uma forma muito natural”, continua o percussionista. 

 “O tempo inteiro me veio a memória do próprio Zé Keti, as observações que ele fazia da sua música e do próprio canto. Ele cantava aquelas letras maravilhosas e barra pesadas da vida do Brasil, a vida do morro, a vida da favela, e ele trazia isso de uma forma muito dramática, e muito inventiva”, considera Jards.

Das sete faixas do disco, “Improvisação” é a única que não é de autoria de Zé Keti, mas, sim, de Jards Macalé, Todd Neufeld e Sergio Krakowski.

Show no Recife
A estreia do show “Mascarada” acontece no Recife. “Será a inauguração!”, brinca Jards. Subirão ao palco, em duo, Macalé e Krakowski. Eles irão apresentar tanto as músicas do “Mascarada” quanto músicas do repertório de Sergio Krakowski Trio e de Jards – como "Farinha do Desprezo", por exemplo. Todd Neufeld e Vítor Gonçalves não puderam vir e ficaram em Nova York.

“Vamos dedicar esse show ao Naná Vasconcelos, nosso irmão, nosso músico maior”, avisa Jards, que virá com seu inseparável violão, enquanto Sérgio empunhará seu pandeiro aditivado por recursos eletrônicos que ele utiliza em seus shows, para ampliar as possibilidades de sons e texturas do instrumento.

Assim como no disco há a faixa “Improvisação”, Jards e Sérgio garantem que muito disso também acontecerá em outras músicas no show. “Nós teremos, sim, muitos momentos de improvisação”, avisa Krakowski.

SERVIÇO
Jards Macalé e Sergio Krakowski em “Mascarada”

Quando: sábado (20), às 20h
Onde: Teatro Boa Vista | Colégio Salesiano - Rua Dom Bôsco, Boa Vista - Recife/PE
Ingressos: a partir de R$ 90, à venda no Sympla

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