Jimmy Carter tinha forte conexão musical e era amigo de Bob Dylan
O documentário ''Jimmy Carter: Rock & Roll President'' detalha
A paixão do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter - que morreu no domingo, 29, aos 100 anos - pela música foi detalhada no documentário ''Jimmy Carter: Rock & Roll President'' (não disponível nos serviços de streaming do Brasil). Na obra, é possível compreender como os artistas Willie Nelson, Bob Dylan e The Allman Brothers Band desempenharam um papel importante na vida do político.
A conexão de Carter com a música, especialmente o gospel e o rock and roll, era mais do que apenas uma alegria pessoal, mas sim o reflexo de sua visão de mundo.
A música lhe serviu como consolo e estratégia, unindo os norte-americanos de todas as regiões, raças e preferências políticas. Carter usou-a como uma ferramenta poderosa para incorporar e promover sua visão de unidade e direitos humanos.
Em 1975, Carter não era inicialmente muito conhecido fora da Geórgia, e um apoio da banda de rock Allman Brothers Band, cerca de três meses antes das primárias de Iowa, ajudou a divulgar sua candidatura, especialmente entre os jovens norte-americanos.
Carter ganhou a presidência em 1976 e foi empossado em 1977. O astro de filmes de faroeste John Wayne discursou no baile inaugural.
Leia também
• Morre Renato Tommaso, músico e roadie do Jota Quest, aos 54 anos
• Esperma de salmão a Botox contra enxaqueca: os segredos de beleza que os famosos revelaram em 2024
• Ex-presidente americano Jimmy Carter morre aos 100 anos, diz imprensa
Paul Simon e Aretha Franklin cantaram na cerimônia, na qual havia uma sensação de que a América precisava se curar em conjunto. Não só por meio da música, mas também por meio da unificação de republicanos e democratas.
Nesse período, o vencedor do Prêmio Nobel da Paz também ficou grande amigo de Bob Dylan, de quem era assumidamente fã e citava trechos de suas canções nos discursos.
"Foi a primeira vez que percebi que minhas músicas tinham alcançado, basicamente, o establishment", falou Dylan em raríssima entrevista ao documentário. "Eu não tinha experiência naquele reino, então isso me deixou um pouco desconfortável. Ele [Carter] me deixou tranquilo ao não falar mal de mim e me mostrar que ele tinha uma apreciação sincera pelas músicas que eu havia escrito", acrescentou.
O filme ainda traz a curiosa história de quando Willie Nelson, outro amigo ilustre de Carter, fumou maconha na Casa Branca - fato que coroou Nelson como um dos fumantes de erva e pró-legalização mais famosos do mundo.