Johnny Depp x Amber Heard: fã do ator diz já ter gasto US$ 30 mil para acompanhar julgamento
A fã de 59 anos do ator afirmou que tirou um tempo do trabalho para poder acompanhar a situação de perto
Desde que o julgamento de Amber Heard e Johnny Depp começou no dia 11 de abril, fãs do ator têm se aglomerado na porta do Tribunal do Condado de Fairfax, na Virgínia, EUA, para saudá-lo. Alguns deles inclusive conseguem ingressar no edifício para acompanhar os depoimentos, a apresentação de provas e os discursos dos advogados.
Entre os fãs que se descolocaram até Fairfax, uma fã do astro de "Piratas do Caribe" chamou atenção na imprensa americana. Ivan De Boer, de 59 anos, contou à revista "People", na última semana, que já gastou US$ 30 mil (R$ 149 mil) em razão desse caso, que atrai olhares em diversos países enquanto é transmitido ao vivo na internet. Ela disse que tirou um tempo do trabalho para poder acompanhar a situação de perto.
— Estou solteira, então faço o que quero, basicamente — declarou.
Nos primeiros dias do julgamento, fãs de Depp acampavam numa fila única a partir de 1h da madrugada para garantir um lugar no tribunal. Segundo o "New York Post", o número permitido para entrar na sala principal é de 100 pessoas, além de 100 a 150 para outra área.
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O interesse por ver pessoalmente o julgamento é tão alto que o lugar de espera para pegar a senha tem sido comercializado por algumas pessoas, conforme informou o portal de celebridades "TMZ". E tais "ingressos" — ainda mais se forem em assentos privilegiados — não saem barato. De acordo com o site, essa negociação informal já gerou brigas e gritos.
Nesta quarta-feira, um membro do público se comportou de forma inadequada — ao não conseguir controlar risadas — e acabou interrompendo a sessão. Segundo o "Independent", o homem apareceu nas imagens do julgamento rindo, com a cabeça entre as mãos, enquanto estava sentado na galeria do tribunal.
Confira momentos-chave no julgamento por difamação de Depp e Heard
Os atores Johnny Depp, de 58 anos, e Amber Heard, 36, estão processando um ao outro por difamação, cada um alegando que foram abusados antes e durante seu casamento de aproximadamente dois anos. Um júri do estado americano da Virgínia está ouvindo o caso, que deve durar até o final de maio.
Depp testemunhou que nunca bateu em Heard, estrela de "Aquaman", ou em qualquer outra mulher. Ele disse que foi ela quem se tornou abusiva e o "intimidou" com "termos degradantes". Heard negou ser a agressora e admitiu que apenas o golpeou para se defender ou defender sua irmã quando se sentiu ameaçada.
— Se eu ficasse para discutir, eventualmente, eu tinha certeza que iria se transformar em violência, e muitas vezes aconteceu — afirmou Depp.
O ex-casal ofereceu relatos diferentes sobre uma discussão no início de 2015 na Austrália, onde Depp estava filmando o quinto filme da franquia "Piratas do Caribe". Enquanto Depp disse que Heard jogou uma garrafa de vodka que cortou o topo de seu dedo médio direito, Heard afirmou que ele a agrediu sexualmente. O ator declarou ainda que entrou em choque e escreveu mensagens para sua então mulher na parede usando sangue do dedo decepado.
— Eu estava com medo — disse Heard. — Eu tinha acabado de me casar com ele.
Alguns meses depois, de acordo com Heard, Depp quebrou seu nariz e arrancou mechas de seu cabelo durante outro encontro violento. Os advogados dela apresentaram fotos que, segundo eles, mostraram ferimentos após vários argumentos, incluindo cicatrizes em seu braço que eram visíveis enquanto ela posava em um tapete vermelho, e vermelhidão e inchaço ao redor de um olho que ela disse ter sido atingido por um telefone jogado por Depp.
Um advogado de Depp, por sua vez, mostrou imagens de aparições públicas que, segundo a equipe jurídica do ator, foram tiradas na época de suas brigas e pareciam não mostrar ferimentos, sugerindo que Heard editava fotos para fazer a vermelhidão parecer mais pronunciada. Heard negou editar as fotos.
Depp testemunhou que foram encontradas fezes na cama do casal em 2016. Um de seus seguranças contou que Heard lhe teria dito que era "uma brincadeira horrível que deu errado". Heard negou qualquer envolvimento e sugeriu que um dos cães do casal era o responsável.
Os advogados de Heard mostraram mensagens de texto nas quais Depp chamava a atriz de "prostituta imunda" e dizia que a queria morta. Escrevendo para o ator Paul Bettany em 2013, Depp disse: "Vamos afogá-la antes de queimá-la" e "vou f* seu cadáver queimado depois para ter certeza de que ela está morta".
Nesta terça-feira, os advogados de Depp encerraram seu interrogatório a Heard após apontá-la como a agressora na conturbada relação entre os dois artistas. A atriz negou as acusações de que seria a instigadora da violência no casamento, que durou de 2015 a 2017.
— Houve muitas vezes em que eu usei meu próprio corpo para me defender, e isso incluía me debater como desse se isso significasse conseguir fugir, com certeza — disse Heard.
Em uma gravação de áudio ouvida pelo júri, Heard admitiu ter brigado fisicamente com Depp em uma ocasião, mas insistiu que não o agrediu.
— Tentei me defender quando pude — insistiu Heard. — Mas foi depois de vários anos sem me defender.
O julgamento por difamação surgiu a partir do artigo de opinião escrito por Heard para o "Washington Post" em 2018, no qual ela se descreve como "figura pública que representa a violência doméstica". Para os advogados de Depp, ela arruinou a reputação e a carreira dele, ainda que não tenha mencionado seu nome no texto, considerando que a referência ficou clara. O ator pede US$ 50 milhões em danos. Heard, por outro lado, o contra-processou, com a acusação de "violência física desenfreada e abuso", pedindo US$ 100 milhões.
Segundo Heard, na mesma semana em que pediu o divórcio, ela também pediu uma ordem de restrição porque Depp arremessou um celular em seu rosto.
Segundo especialistas financeiros apresentados pelos advogados de Depp, o artigo do jornal o teria feito perder cerca de US$ 22,5 milhões pelo sexto filme da série "Piratas do Caribe", do qual ele foi removido.
O ator processou a ex-mulher nos Estados Unidos depois de perder um caso de difamação em Londres, quando atacou o jornal britânico The Sun por chamá-lo de "espancador de esposa".