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Josyara lança seu terceiro álbum autoral, "AVIA", nas plataformas de streaming

Com participações de Pitty e Chico Chico, o novo álbum da artista baiana traz canções que versam sobre temas mais humanos e universais

JosyaraJosyara - Foto: Juh Almeida/Divulgação

“Avia”, expressão popular muito utilizada no Nordeste – que quer dizer, entre outras coisas, “agiliza”, “deixa correr”, “conclui” –, é o nome escolhido pela cantora, compositora, produtora musical e instrumentista baiana Josyara para batizar o seu terceiro álbum autoral, que chegou nesta sexta (11) às plataformas digitais.

Com 10 faixas e produção de Josyara e Rafael Ramos, “AVIA” sai pela gravadora Deck e conta com as participações de Pitty e Chico Chico, composições em parceria com Liniker, Juliana Linhares, Iara Rennó e releituras de canções de Anelis Assumpção e Cátia de França.

Com seu indefectível violão, que é a linha de frente a guiar os arranjos e andamentos das canções, em “AVIA”, Josyara canta sobre temas mais humanos e universais, como o amor, as despedidas, as paixões e dissabores que fazem parte da existência, mas, sem deixar de seguir em frente, de fazer acontecer.

“AVIA”
O terceiro álbum autoral de Josyara vem depois de “Mansa Fúria” (2018) e “ÀdeusdarÁ” (2022) – nesta conta não entram “Estreite” (2020), em parceria com Giovani Cidreira, e “Mandinga Multiplicação” (2024), EP com releituras de músicas da Timbalada. 

Segundo Josyara, a expressão “avia” define bem o que o álbum enseja.

“É essa a narrativa do disco, né? Desse caminhar, dessas trocas tão emotivas… Então, diante de um sofrimento, diante de um encerramento apaixonado, é preciso também seguir, não dá para ficar parada assim. Então essa é a ideia do disco, é o passar pelos ciclos”, explica Josyara em entrevista à Folha de Pernambuco.

O disco
“AVIA” abre com o violão de Josyara dando um suingue completamente novo e diferente a “Eu Gosto Assim”, composição de Anelis Assumpção – presente no disco “Anelis Assumpção e os Amigos Imaginários” (2014).

Se, na versão de Anelis, a música se utiliza mais de pitadas de soul/R&B na sua levada, com Josyara, envereda por um afro-samba, a partir do seu violão.

A outra releitura é “Ensacado”, composição de Cátia de França e Sérgio Natureza – originalmente, no álbum “20 Palavras ao Redor do Sol” (1979) –, que foi lançada como primeiro single de “Avia”, em fevereiro. Na faixa, conduzida por violão e cello, Josyara canta com Pitty. “É cantar a ídola com a ídola”, refere-se Josyara a Cátia e Pitty. 

“Sou completamente encantada, amo toda a obra de Cátia, sou muito discípula dela. E achei também que ‘Ensacado’ consegue sintetizar a narrativa do disco para uma outra ótica, como se fosse a intuição, essa divindade falando ‘Vai em frente! Avia!” 

Josyara também já havia lançado previamente “Corredeiras” – que ganhou videoclipe dirigido por Juh Almeida – e “Sobre Nós”, feita em parceria com Pitty. 

Outras três parceiras de composição em “AVIA” são Juliana Linhares, na curta e fofa canção “Eu Não sou Prova de Amor”, um "bilhetinho" de quem se mostra, com graça, e ao suingue de um samba de roda, aberta ao deleite da conquista e do seu mel – "Eu não sou prova de amor/ eu sou o amor/ de cabeça para baixo/ a casa revirada/ com minhas dúvidas/ e alguns acertos", avisa a letra;  

Iara Rennó, em “Festa Nada a Ver”, feita durante a pandemia, um bolero dolente e rasgado que fala do abandono de quem se ama; e Liniker, em “Peixe Coração”, que data de 2019, e, para Josyara, a mais transcendental do disco.

“Porque a poesia é mais lúdica, parece um sonho, você não sabe para quem eu tô cantando, se é para uma pessoa, se é para uma deusa, se é para uma inspiração, pode ser para muita coisa… É um apaixonamento onírico, um negócio de imagens, cinematográfico”, conta Josyara.

A faixa “De samba em samba” vai na medula do ritmo, com o trio Thiago da Serrinha (cavaquinho, cuíca e surdo), Carlinhos 7 Cordas (violão 7 cordas) e Kainã do Jêje (percussão e bateria).

“AVIA” fecha com “Oásis (A Duna e o Vento)”, música composta ainda no processo do álbum anterior, “ÀdeusdarÁ”, mas que acabou não entrando no disco.

Aqui, ela divide os vocais com Chico Chico e tem o auxílio da percussão de Ícaro Sá, e de Junix 11 em um arsenal de guitarras, sintetizadores e aparatos eletrônicos, que fazem, juntos, um final surpreendente.

"Oásis" é uma conversa – poética – entre a duna e o vento, sobre a relação entre eles, que, por fim, faz o vento tornar-se vendaval, capaz de "destruir" a duna.

“Eu queria muito que fosse um dueto, desde que eu fiz a música. No processo de gravação, falei em Chico Chico, tudo a ver e tal, porque ele tem uma doçura, tem uma serenidade assim na voz, e é rock and roll também”.

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