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Juliano Cazarré: sete meses internada, quatro cirurgias e a volta para casa da filha caçula

A pequena Maria Guilhermina nasceu com uma condição rara chamada Anomalia de Ebstein, que é uma cardiopatia congênita

Juliano e Letícia Cazarré com filha Maria Gulhermina Juliano e Letícia Cazarré com filha Maria Gulhermina  - Foto: Reprodução / Instagram

O ator Juliano Cazarré, de 42 anos, e sua esposa, a bióloga e jornalista Letícia Cazarré, de 38, comemoraram a saída da pequena Maria Guilhermina, após 7 meses internada na UTI. A filha caçula do casal nasceu com uma condição chamada Anomalia de Ebstein, que é uma cardiopatia congênita rara, e chegou a passar por quatro cirurgias desde o nascimento.

“Estamos em casa! Maria Guilhermina de Guadalupe, sua vida é toda um milagre! Obrigada, Deus”, escreveram Juliano e Letícia, em uma publicação no Instagram, onde agradeceram pela vida da filha e compartilham o momento em que Guilhermina deixa a unidade hospitalar com uma equipe médica e é levada para casa.

Em 21 de junho do ano passado, a família Cazarré se alegrou com a chegada da quinta criança da casa, mas por conta da condição cardíaca rara, Letícia, Juliano e Maria não deixaram o hospital. A jornalista precisou ficar em São Paulo com a filha enquanto Juliano ainda gravava cenas de Pantanal, em que interpretava Alcides, e cuidava dos demais filhos no Rio de Janeiro, onde moram.

Foi um longo período no hospital e muito dos momentos foram compartilhado nas redes sociais. Maria Guilhermina passou por sua primeira cirurgia logo após o parto. Em agosto, a bebê voltou para a UTI e "precisou de um cateterismo e de um stent".

Letícia desabafou no Instagram sobre a primeira cirurgia que a Guilhermina enfrentou: "Uma pequena recém-chegada à vida e imediatamente levada dos braços dos pais para o centro cirúrgico. Teve o peitinho aberto e o coração, consertado. Ao invés de voltar para mim, teve como colo um berço mecânico, cheio de fios, apitos e canos ligados direto em seu frágil corpinho.", escreveu sobre o primeiro mês no hospital.

No dia 14 de agosto, Dia dos Pais, Juliano fez um post afirmando que a filha passaria por uma nova cirurgia durante a madrugada daquela data. "Trouxe os mais velhos de carro para São Paulo, para passarmos todos juntos o Dia dos Pais e o aniversário do Inácio. Mas quis o bom Deus, em seus insondáveis desígnios, que as coisas se dessem de modo diferente. Maria Guilhermina apresentou intercorrências ontem e acabou precisando de uma cirurgia de emergência nesta madrugada", escreveu Cazarré na época.

Em setembro, a filha do casal voltou ao centro cirúrgico. Nas redes sociais, Juliano e a mulher fizeram uma postagem explicando a nova cirurgia e pedindo orações aos seguidores. "Hoje nossa pequena Maria Guilhermina vai passar pela cirurgia que nós tanto esperávamos, a cirurgia do cone, pelas mãos do Dr José Pedro e do Dr Rodrigo Freire."

Após quase seis meses em São Paulo, a filha do casal foi transferida em dezembro do ano passado para um hospital no Rio, onde eles moram. Na ocasião, Juliano e Letícia publicaram uma carta aberta para agradecer a equipe médica que cuidou da filha na capital paulista e anunciavam que ela já estava em solo carioca. No mesmo mês, um novo procedimento médico foi feito em Guilhermina.

Aos sete meses e em casa, Maria Guilhermina vai continuar recebendo o auxílio de aparelhos médicos.

Além dela, Juliano e Letícia também são pais de Vicente, de 12, Inácio, de 9, Gaspar, de 3, e Maria Madalena, de 2.

Entenda condição de saúde da filha de Juliano Cazarré
A anomalia de Ebstein é uma cardiopatia rara da válvula tricúspide, a responsável por separar o átrio direito do ventrículo direito do coração. Essa estrutura é considerada a "porta de entrada" do coração, pois permite que o sangue venoso (que já oxigenou o organismo) retorne ao coração. O sangue entra pelo átrio direito, passa pela válvula tricúspide, vai para o ventrículo direito, onde é bombeado para o coração para ser oxigenado novamente.

Na anomalia de Ebstein, a válvula tricúspide fica abaixo do normal, já "dentro" do ventrículo direito. Isso faz com que uma porção do ventrículo se torne parte do átrio, fazendo com que o átrio direito aumente de tamanho e não funcione adequadamente. Além disso, as estruturas da válvula tricúspide têm formato anormal, o que pode levar ao refluxo de sangue para o átrio.

Muitas pessoas com anomalia de Ebstein têm um orifício entre as duas câmaras superiores do coração chamado defeito do septo atrial ou uma abertura chamada forame oval patente (FOP). Um FOP é um buraco entre as câmaras cardíacas superiores que todos os bebês têm antes do nascimento que geralmente se fecha após o nascimento. Ele pode permanecer aberto em algumas pessoas sem causar problemas. Esses orifícios podem diminuir a quantidade de oxigênio disponível no sangue, causando uma descoloração azulada dos lábios e da pele (cianose).

A anomalia de Ebstein também pode levar ao aumento do coração e insuficiência cardíaca. Além disso, pessoas com essa anomalia não tratada podem sofrer com arritmia cardíaca.

Não há uma causa definida para o problema. Os médicos não têm certeza de quais fatores de risco estão associados ao defeito. Acredita-se que fatores genéticos e ambientais desempenhem um papel. Uma história familiar de defeitos cardíacos ou o uso de certos medicamentos pela mãe, como o lítio, durante a gravidez podem aumentar o risco de anomalia de Ebstein na criança.

Problemas cardíacos como a anomalia de Ebstein podem ser percebidos durante o pré-natal, na ultrassonografia morfológica. Quando há suspeita da doença, a gestante é orientada a realizar um ecocardiograma fetal para diagnosticar a doença.

O tratamento é cirurgico e, normalmente, definitivo. Na operação a válvula pode ser trocada ou restaurada.

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