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MÚSICA

Juliano Holanda, em "A Verdade Não Existe", é voz e violão para si mesmo

Álbum visual do multiartista pernambucano foi lançado recentemente em seu canal no YouTube

Juliano Holanda, multiartista pernambucanoJuliano Holanda, multiartista pernambucano - Foto: Divulgação

Que Juliano Holanda já transpôs a geografia musical Brasil afora, faz tempo.  Como artista, onipresente, ele está aqui, acolá, produzindo e/ou cantando, compondo, arranjando para muitos - e de quando em vez, para si mesmo, em versão solo e sob a companhia de um violão, seu "instrumento base" que ele desconfia estar "ressentido".

É que até "A Verdade Não Existe", álbum visual recentemente lançado em seus canais no YouTube e no Instagram, ele nunca havia gravado faixas voz e violão.

"Nunca foi a tônica dentro o meu trabalho", declara o próprio ao final de "Mais Lento", a primeira das dez canções autorais cantadas (e contadas) em meio a paisagens que percorrem o Recife da Rua da Aurora, das pontes, dos rios, muros, dos vendedores ambulantes, e das avenidas e janelas, cenários que perfazem um ''pano de fundo' perfeito para quem tem a praxe de poetizar realidades.

 

'Habitué' em entregar 'algumas' centenas de composições a vozes diversas da Música Popular Brasileira, a exemplo de Simone, Zélia Duncan, Elba Ramalho, Almério, Martins, Zeca Baleiro e Chico César, Juliano Holanda disponibilizou para si mesmo versos de uma vida real mais "nua e crua", sem feituras e sem a "preocupação maior de um arranjo, que se pretende ser percebido como mais elaborado" já que, como discorreu no disco, entre uma canção e outra, "(...) a elaboração, ela está na centelha, na criação".

Um soar natural
E de fato, em cada uma das faixas de "A Verdade Não Existe", a assinatura do seu criador chega a ser palpável, para além de sentida. "É uma tentativa de soar natural, e de ser mais natural, do que até eu mesmo tenho sido nos últimos anos", justifica ele, antes de entoar "Fantoche", de letra e dedilhar quase lúdicos levados por um violão outrora ressentido.

Capa do álbum "A Verdade Não Existe" | Crédito: Divulgação

Plácido, tal qual se posta em qualquer som que assume, é sobre o Capibaribe vizinho à Rua do Aurora que Juliano Holanda atravessa a ponte quando apresenta "Como Quem Arrasta Tubarões" (de volta pro mar) e apodera-se, em forma de canção, do que ele acredita e também proclama em "Ando Cansado", com versos efetivos e desnudos, abrindo as portas para "Dance", faixa que ele denomina como "uma canção simples, direta, do coração", e escolhida como single inaugural do seu novo momento musical. 

Entrelinhas do Recife
E então chega "Bendito", um afago a dádivas de, por exemplo, se ter um guarda-chuva para os dias de chuva. Já em "Emaranhada", com participação de Juliana Linhares, Juliano Holanda empreende em cantoria que suscita (muitos) 'repeats', assim como outras faixas do álbum. 

"O Relojoeiro" vem na sequência e paira por entrelinhas visuais despertadas pela urbana e personalizada paisagem do Recife, deliberadamente capturada para o álbum que finda com "Stonehenge" e "De Verdade" - esta, remete ao título de um trabalho que povoa os sentidos em reflexões, das mais variadas, tal qual faz Juliano Holanda de há muito, para tantos, e agora no ineditismo de fazer para si mesmo em letra, voz e acordes de um violão instigado a ser também depoente de verdades que (não) existem.

Crédito: Divulgação

"A Verdade Não Existe" tem direção e roteiro de Mery Lemos, também sua parceira de vida e à frente da Anilina Produções, onde foi realizado. Priscila Avelin assina a direção de arte, assim como a cenografia e design, em parceria com Bárbara Melo.

Já no Estúdio Muzak, no Recife, foi onde a gravação se deu em novembro de 2023. Sua concepção veio sob apoio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura PE).

Cidadão Recifense
De Goiana, Mata Norte pernambucana, Juliano Holanda "formalmente" vai fincar sua condição de também ser da capital pernambucana com o Título de Cidadão Recifense.

A honraria, proposta pelo vereador Ivan Moraes (PSOL), será concedida amanhã, a partir das 18h, em solenidade no Plenário da Câmara Municipal da cidade.

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