MÚSICA

Juliano Muta lança o single "Nesse lugar fora daqui"; confira entrevista com o artista

Faixa faz parte do álbum homônimo do cantor e compositor pernambucano, que será lançado no segundo semestres

Juliano MutaJuliano Muta - Foto: Oto Cartaxo/Divulgação

O primeiro single do novo álbum de Juliano Muta chega às plataformas digitais na semana do São João e, não por acaso, é um baião entoado à maneira do cantor e compositor pernambucano. “Nesse lugar fora daqui” - mesmo nome do disco - fica disponível para audição a partir de hoje, acompanhado de um videoclipe lançado na página do artista no YouTube

“Bem perto do fim do dia, em casa, em qualquer lugar, a vida que se queria não dava pra se levar. No teu passo me perdi, pisei no teu calcanhar, cadê nós dois fora daqui? Melhor é nós dois nesse lugar”, diz um trecho da canção. Juliano incorporou à composição outra de suas músicas, “Labirinto Caracol”, que integra a parte final da faixa. 

“A letra das duas dialogam bastante, falam sobre o lugar de julgamento da sociedade e um lugar de liberdade que só a poesia é capaz de acessar. Esse lugar fora daqui é minha utopia. Um lugar para acessar de olhos vendados, um lugar que pode ser visto ao escutar uma melodia e também pela poesia”, explica o artista.
 

Participaram da gravação os músicos Breno Cunha (sanfona), Breno Pessoa (cavaquinho) e Luccas Maia (linha de baixo), além de Lucas dos Prazeres e Gilú Amaral nas percussões. Luccas também foi quem produziu a faixa e assina ainda a produção musical, mixagem e masterização do álbum homônimo.

“A instrumentação da música foi pensada levando em conta os elementos tradicionais do baião, como a zabumba, o triângulo e o pandeiro como pano de fundo. Já a harmonia e os arranjos de violão remetem a uma influência da música moura, que traz uma camada muito interessante”, detalha.

Assista:



Um andarilho vendado

No videoclipe, que tem roteiro concebido pelo próprio Juliano, o artista surge acompanhado de uma mala antiga, passando por diferentes cenários do Recife, como a avenida Conde da Boa Vista, a rua da Aurora, o bairro da Iputinga e o Terminal Integrado de Passageiros, na Várzea. Na região Central, em meio ao movimento da cidade, ele aparece de olhos vendados, numa alusão à cegueira presente no caos urbano. 

“O clipe é uma realização coletiva que precisou de muita generosidade e criatividade para sair do papel. Como não tinha recursos para uma superprodução, convidei meus amigos Iba Saueressig e Oto Cartaxo para pensarmos juntos sobre soluções viáveis e de custo zero. Eu já tinha uma ideia de roteiro, desse personagem de um andarilho vendado que fazia uma viagem para dentro de si, para o interior. Em apenas um dia conseguimos gravar tudo e o resultado me agradou bastante”, comenta. 

Próximo lançamento
Juliano deve lançar outro single no mês de agosto e o disco completo chega ao público ainda no segundo semestre. Só não espere ouvir mais baião nos próximos lançamentos. O artista, que diz rejeitar rótulos, prefere investir na diversidade de ritmos nas nove faixas que compõem o álbum. “Tem baião, partido alto, rock, soul, ijexá, balada, bossa nova. O que une tudo é minha poesia, a mensagem que trago nas letras e os arranjos, que receberam um cuidado especial”, afirma.

O artista toca profissionalmente desde os 14 anos de idade. Seu primeiro disco, intitulado intitulado “Chego Perto”, foi lançado em 2015. Ele assinou a trilha sonora das peças teatrais “Urbano” (2002), “Marginália Total” (2003) e “H(Eu)estória - Um Tempo em Transe” (2014), assim como do documentário “Onde estará a Norma”, de Bárbara Cristina. 

Além de seguir carreira musical, Juliano é jornalista e escreve para o caderno Cultura+ da Folha de Pernambuco. Para o pernambucano, as duas profissões trazem em comum o gosto pela escrita. “Como compositor, tenho a liberdade de criar cenários, lugares e emoções, inventar enredos e brincar com a dramaturgia. Já como jornalista, minha missão é levar informação. Gosto de escrever sobre artes, levar o trabalho dos artistas para o público, pois sou artista e entendo a importância dessa mediação”, aponta. 

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