Logo Folha de Pernambuco

Crítica

Le Monde chama Fernanda Torres de "monocórdia" em "Ainda estou aqui"

Longa de Walter Salles faz sua estreia na terra do "rival" "Emilia Pérez"

Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro 2025Fernanda Torres venceu o Globo de Ouro 2025 - Foto: Robyn Beck/AFP

" Ainda estou aqui" chega aos cinemas franceses nesta quarta-feira (15). O lançamento vem repleto de expectativas no país, uma vez que é apontado como principal rival do francês "Emilia Pérez" na corrida pelo Oscar de melhor longa internacional. O filme de Jacques Audiard bateu o brasileiro no Globo de Ouro na categoria.

Com o título local de "Je suis toujours là", o filme de Walter Salles foi bem recepcionado no país, colecionando uma série de críticas positivas. "Doze anos após seu último filme, Walter Salles narra com força e emoção o luto impossível que atingiu os Paiva", escreveu o Libération. Já a tradicional Cahiers du Cinéma escreveu: "Um filme realizado com sutileza, que reafirma a necessidade da transmissão".

Enquanto o Le Figaro destacou que o filme retratou "uma cativante e poderosa narrativa histórica", o Positif resumiu: "Um filme ao mesmo tempo intimista e universal". A revista Le Nouvel Obs escreveu: "O melhor filme de Walter Salles. Uma obra sobre a memória, sóbria e intimista, atravessada pelos fantasmas dos desaparecidos."

A revista Telerama foi mais uma a se render ao trabalho da atriz brasileira vencedora do Globo de Ouro: " Fernanda Torres está extraordinária". Mas a performance da filha de Fernanda Montenegro não foi unanimidade na França. O crítico Jacques Mandelbaum, do Le Monde, apontou a atuação da atriz como "passavelmente monocórdia".

A publicação deu ao longa brasileiro — uma co-produção com a França — apenas uma estrela, em uma escala de quatro. O texto critica o foco na figura de Eunice Paiva, que fez, na visão do crítico, o longa "passar com um traço leve demais pela compreensão do mecanismo totalitário".

"Ainda estou aqui" chega a 200 salas de cinemas na França. O país costuma recepcionar bem os trabalhos de Walter Salles, que por inúmeras vezes apresentou obras no Festival de Cannes.

Veja também

Newsletter