LIMMA lança seu primeiro álbum solo
O disco que traz parcerias com Carlinhos Brown, Paulo Carvalho, Romulo Fróes, Jongui, Fabio Góes e Magno Mello, estreia nesta sexta (10), via selo Candyall Music
Após se dedicar por mais de 20 anos como instrumentista acompanhando importantes artistas da música brasileira como Gal Costa, Milton Nascimento, Arnaldo Antunes, Ana Cañas, entre outros, o músico mineiro André Lima assume a persona de LIMMA e estreia seu primeiro álbum solo homônimo. Com canções pop e forte presença de sintetizadores, o disco chega nas plataformas de música nesta sexta-feira (10), via selo Candyall Music.
Neste trabalho, LIMMA reuniu 10 faixas compostas com parceiros como Carlinhos Brown, Paulo Carvalho, Romulo Fróes, Jongui, Fabio Góes e Magno Mello. "Selecionei canções que fiz com diferentes parceiros ao longo dos últimos 5 anos. Sempre compus direcionado a outros artistas, demorei um tempo para me sentir confortável defendendo minhas músicas, tanto pelo fato de mostrar a cara e cantar, quanto pela temática das letras. Só agora, aos 42 anos, me senti confortável nesse lugar", explicou.
As letras provocam reflexões sobre como encaramos a vida e lidamos com o nosso entorno enquanto seres sociais. O álbum chega permeado por synths, que protagonizam em toda a obra, somando ora com o piano, ora com o violão de nylon, e se traduz em um synthpop com acento brasileiro.
Ouça:
"Eu gosto da sonoridade das décadas de 70 e 80, mas com uma linguagem mais atual. Timbres clássicos, porém imperfeitos, com certa sujeira. Cada elemento musical foi escolhido com muito cuidado, uma construção peça a peça. Não curto fazer solos e tal, mas sim de construir narrativas sonoras. Riffs, melodias e timbres me interessam muito mais do que solos instrumentais", completou.
Para apresentar o novo disco, LIMMA já apresentou ao público os singles "Sonhos Não Mentem", "Mesmo Assim" e "Sonhos Não Mentem".
Faixa a Faixa por LIMMA:
1) Sonhos Não Mentem
A faixa tem sonoridade oitentista, com piano e synths como protagonistas. Me inspirei nas memórias afetivas da música pop que inundava as rádios nos anos 80. É também uma mistura com o rock 2000, de bandas como Phoenix e Franz Ferdinand. Mas a minha grande influência nesse som é do meu parceiro de outras canções e com quem já fiz vários shows, o Fábio Góes, sou fã.
2) Puro Risco
Synthpop dançante com letra certeira do carioca Jongui, “Eu você, você e eu. Dá vontade de dançar, dançar”. Essa faixa reflete bem a influência que recebi depois de conviver por mais de 10 anos com o Arnaldo Antunes, tocando e compondo. É a mais eletrônica do disco e conta com a participação de Kassin, nas guitarras, e Curumim, que somou comigo nas programações.
3) A Presença do Adeus
Uma balada com letra poética do brasiliense Magno Mello, com reverência à saudade. A faixa traz arranjos com linhas orquestrais de mellotrons e sintetizadores, inspirados em Stevie Wonder. Uma mistura de drama e nostalgia. Me lembro muito do meu pai quando canto essa canção, sempre me emociono.
4) Só Um Sopro
Uma faixa pop com letra existencial, trata de quão efêmera é a vida e como devemos valorizar cada minuto ao lado das pessoas que amamos. A combinação da levada do violão e as linhas de sintetizadores traz um Synthpop brasileiro. O clima positivo que o arranjo da música sugere é uma forma de encarar os percalços da vida com mais leveza, “A vida segue, ela tem que seguir”.
5) Mesmo Assim
É a primeira parceria que fiz com Carlinhos Brown. A faixa traz versos doces, melodia simples e balanço tropical. Tem a percussão como protagonista, com arranjo fluido e tocado de forma orgânica. Me vejo flertando com o universo de João Donato, que permeia minha música e meu jeito de tocar. A simplicidade dessa canção é umas coisas de que mais gosto, ela entra fácil nos ouvidos.
6) Ínfimo
Parceria com Paulo Carvalho, com quem já fiz tantas outras canções. Tem um arranjo minimalista, como sugere a poesia de Paulo. Buscar felicidade nas pequenas coisas, no mínimo. A atmosfera sonora da faixa é inspirada nos arranjos de violão do Gilberto Gil, e desenhada com linhas melódicas de metalofone e mellotron, teclado com sons pré-gravados de instrumentos acústicos, que surgiu nos anos 1960.
7) Sábado Night
É a música mais alto astral do álbum. “Sábado Night” flerta com o Soul brasileiro. A letra de Carlinhos Brown joga a energia lá para cima, é alegre, dançante. O refrão cola nos ouvidos de forma instantânea. Convidei para tocar nesta faixa os companheiros da minha primeira banda autoral, que tive em BH no final dos anos 90, Caxakustica.
8) Noutro Lugar
Essa música foi inspirada nas harmonias mineiras de Milton Nascimento. Compus pouco tempo depois de ter participado da gravação do documentário “Milton e o Clube da Esquina”. Quem fez a letra foi o Fábio Góes, paulistano também fã do universo musical das Gerais. O piano Rhodes com efeito espacial e o baixo synth foram inspirados nos discos de Stevie Wonder.
9) Os Dentes no Espelho
Os versos contundentes de Romulo Fróes refletem os tempos que vivemos no atual cenário de polarização política e ideológica no Brasil. O discurso de ódio que se prolifera nas redes sociais precisa ser tratado com olhar crítico, atento. A tensão presente na letra se reflete no arranjo da faixa, o mais pesado e intenso do álbum.
10) Infinito Sobre Nós
Uma balada bem lenta, com melodia marcante, que bebe das harmonias da música brasileira e da atmosfera do rock inglês. A letra é de Romulo Fróes, densa e poética. Um convite à reflexão sobre como somos pequenos e grandes ao mesmo tempo. A sonoridade traz um ar setentista, com poucos elementos e notas longas. Foi um belo desafio cantar essa melodia construída no piano.