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Livro reconta a vida de Padre Edwaldo
Ele atua como pároco há 46 anos, liderando a Matriz do Sagrado Coração de Jesus, em Casa Forte
José Edwaldo Gomes é uma das personalidades mais populares do bairro de Casa Forte, onde atua como pároco há 46 anos, liderando a Matriz do Sagrado Coração de Jesus. Aos 85 anos de vida e 60 de sacerdócio, o religioso ganha um livro contando sua trajetória. Escrito pela jornalista Vera Ferraz e editado pela Cepe,
“Um padre nosso” (Editora Cepe, 144 páginas. Preço: R$ 30) será lançado hoje, às 18h30, na Livraria da Praça. O evento é uma prévia da 38ª Festa da Vitória Régia, que neste ano homenageará o padre, entre os dias 4 e 6 de novembro.
Ao longo de 144 páginas, Vera retrata lembranças de José Edwaldo, da infância em Barra de Guabiraba, no Agreste pernambucano, até os tempos atuais. No entanto, a autora não classifica a obra como uma biografia. “Prefiro chamar classificar como uma grande reportagem. O livro todo foi construído com base nos depoimentos do póprio padre e só ficou pronto por causa da confiança que ele depositou em mim, abrindo aspectos de sua vida pessoal”, afirma a jornalista, que entrevistou o sacerdote em oito sessões, durante três meses.
O livro é dividido em 15 capítulos e reúne também relatos de amigos e familiares, além de artigos escritos pelo religioso e fotos. “Ele é uma pessoa diferenciada, pricipalmente, pelo trabalho que ele desenvolve junto aos mais pobres. Ele ajudou a fundar, por exemplo, a Creche Menino Jesus e a Casa da Criança Marcelo Asfora. O mais interessante é a forma despretensiosa com que ele narra sua vida e seus feitos”, diz a autora. Edwaldo ingressou no Seminário de Olinda aos treze anos, onde realizou quase toda a sua formação, e foi ordenado em 1956.
De acordo com Vera, um período que vale ser destacado entre os tantos mostrados na publicação, é o que compreende a ditadura militar no Brasil. Nesta época, José Edwaldo conviveu e foi fortemente influenciado pelas ideias de Dom Helder Câmara. “Ele é um homem destemido. Chegou até a receber recados dos militares, pedindo que maneirasse nos sermões pregados, mas resistiu e não abriu mão de suas convicções”, aponta. Sobre a relação com outros clérigos, mais conservadores, o pernambucano afirma em um trecho da conversa: “ao longo do meu sacerdócio, tenho grande admiração pela Igreja, mas nem sempre pelos homens da Igreja”.
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