Lollapalooza começa hoje (28) com shows de Olivia Rodrigo, Alanis Morissette e Justin Timberlake
Shawn Mendes e atrações brasileiras como Sepultura, Jão, Marina Lima e Drik Barbosa completam o line-up nos três dias de evento
É sobre os ombros de Olivia Rodrigo, a jovem cantora americana de 22 anos — e um símbolo do pop-rock desta geração — que recai a maior expectativa da atual edição do Lollapalooza, a 12ª realizada no Brasil, que começa nesta sexta-feira (28) e vai até domingo (30).
A jovem sobe ao palco a partir das 21h30, e deve apresentar hits a exemplo de “Vampire” (indicada ao Grammy como gravação do ano em 2024), “Bad idea, right?”, “Good for you” e seu sucesso arrasa-quarteirão “Drivers license”, lançado há quatro anos e que catapultou sua carreira internacional. Para se ter uma ideia do peso dessa canção, na semana passada foi preciso pausar o show da cantora na edição argentina do Lolla, sob o risco de que os fãs se machucassem tentando chegar cada vez mais perto do palco quando ela apresentava a faixa.
Trata-se da primeira passagem de Olivia pelo país, que fez um show em Curitiba, na quarta-feira (26). Mas, diferentemente da jovem, o primeiro escalão de convidados do festival é majoritariamente formado por artistas mais longevos e que já fizeram apresentações por aqui.
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70 shows em quatro palcos
Com show no Lolla, no sábado, Alanis Morissette, por exemplo, esgotou ingressos em novembro de 2023 no Allianz Parque; Justin Timberlake (que se apresenta domingo, 30) marcou presença em duas edições do Rock in Rio; e Shawn Mendes, atração de sábado, acumula visitas ao festival sertanejo VillaMix, realizado em Goiânia, e mais o Rock in Rio. Ao todo, o Lolla comandará, ao longo de três dias, 70 shows em quatro palcos espalhados numa arena de 600 mil metros quadrados, no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul paulistana.
— Hoje em dia, em grandes festivais, é preciso abrir o maior leque possível de faixas etárias e gostos diferentes — diz Marcelo Beraldo, diretor do Lollapalooza.
Outra atração muito esperada para a sexta-feira figura não como uma estreia, mas como espécie de despedida temporária. O cantor Jão, de 30 anos, após uma bem-sucedida turnê em estádio, deve sair de férias para se dedicar a um novo álbum, logo após sua passagem pelo Lolla. A apresentação deve ser diferente do modelo visto em seu show de arena e acontecerá ao cair da noite, fato comemorado pelo artista.
— Teremos Sol e Lua de graça. O palco vai transicionar com a gente — disse em vídeo publicado em suas redes sociais.
Outra espécie de saideira é a da banda Sepultura, que se apresentará no domingo — o dia mais roqueiro desta edição, que também terá as bandas Tool e Bush. O Sepultura anunciou o encerramento das atividades em 2023 e segue em turnê mundial para se despedir dos fãs de seus 40 anos de trajetória.
— Faremos o show que estamos apresentando pelo mundo, com o Greyson, baterista que está há pouco mais de um ano na banda e está aprendendo faixas do passado, para que possamos incorporá-las ao setlist. Teremos uma hora de show e vamos apresentar a carreira do Sepultura da melhor maneira possível — promete o guitarrista Andreas Kisser. — A turnê tem sido espetacular. Não é um momento de melancolia e tristeza, mas, sim, de celebrar uma história única.
No mesmo domingo, o grupo Parcels fará seu début no país — e terá um repeteco na segunda-feira (31), na Audio, casa de shows na Zona Oeste paulistana.
— Não consigo explicar o quanto estou entusiasmado para finalmente tocar no Brasil, já estava mais do que na hora. Os fãs brasileiros parecem ser os que mais fazem barulho nas redes sociais — afirma o guitarrista e vocalista Jules Crommelin.
Em comparação com os últimos anos, o Lollapalooza 2025, até agora, foi um dos que menos sofreram com cancelamentos. Se em 2023 o festival chegou a seis desistências, incluindo o insólito episódio envolvendo o rapper canadense Drake — que anunciou que estaria fora do festival no próprio dia de sua apresentação —, neste ano apenas a banda de rock irlandesa Fontaines D.C cancelou sua participação, por um problema de hérnia de disco do vocalista Grian Chatten. O grupo será substituído pelos indies do White Denim.
— Temos um line-up estável, menos suscetível a variações de humor. Acho que estamos em boa forma, vai rolar tudo bem, mas o jogo só acaba quando termina. Por exemplo, em 2022, estávamos vendo o Strokes cantar no festival quando recebemos a notícia de que Taylor Hawkins tinha falecido na Colômbia (naquele ano, o Foo Fighters, do qual Taylor era baterista, tocaria dois dias após o ocorrido no Lolla do Brasil, e cancelou o show) — lamenta. — São coisas que podem acontecer, e o Brasil acabou sofrendo mais que o normal com isso.
Marina Lima e Pabllo Vittar
O Lollapalooza também terá um dueto inédito entre Marina Lima e Pabllo Vittar, na tarde de sábado. Marina diz que escolheu para o setlist as canções que o público “gosta de cantar”, o que inclui colaborações criadas com seu irmão Antonio Cicero (1945-2024) e outras parcerias. A versão de “Lunch” da cantora Billie Eilish — que tem causado furor na turnê Rota 69 da cantora — também está garantida.
— Noto que as pessoas não estão interessadas em ouvir só os sucessos. Independentemente de eu tocar “Fullgás”, “À francesa” ou “Uma noite e 1/2”, pude cantar músicas igualmente importantes para mim que não são hits — avalia Marina sobre o show da turnê Rota 69. — Quem não tiver visto nada meu ao vivo ainda poderá assistir a uma apresentação de uma hora!
Outra atração que tem grandes expectativas é Drik Barbosa, rapper, cantora e compositora paulistana — que inclusive já esteve no festival anteriormente como público e em participações especiais ao longo de apresentações de colegas da música, caso de BK e Emicida e, em outra ocasião, com Rael, Mano Brown e outros nomes. Agora, ela volta à cena num show solo, nesta sexta, apresentando canções do álbum “Drik Barbosa” (2019), “Espelho” (2018) e “Nós” (2022).
— Apesar de caminhar por esses projetos vou trazer algumas novidades e fazer releituras de artistas nacionais e internacionais — diz, sem querer contar de antemão.
Além dos shows musicais, o festival terá sua tradicional roda-gigante e uma alameda especial dedicada à gastronomia. Haverá, por exemplo, pizzas da Bráz Elettrica e a presença do celebrado restaurante asiático Jojo Ramen. Normalmente com fila na porta em sua unidade localizada no bairro da Consolação, próximo ao Centro paulistano, o restaurante Fôrno também estará presente. Ao todo, o chamado Chef’s Stage terá 14 tendas e incluirá opções vegetarianas e veganas.
Ingressos e transporte
Ainda há ingressos disponíveis para todos os dias, inclusive na modalidade “entrada social”, que dá desconto de 45% aos compradores mediante a doação de R$ 20 para uma instituição de caridade. Os pacotes para os três dias, porém, estão esgotados. Há opções ainda de comprar dois dias de ingressos por vez, na modalidade “double”, com desconto. Os valores dos tíquetes disponíveis variam entre R$ 525 (meia-entrada para um dia) e R$1.900 (inteira no pacote de dois dias). As vendas ocorrem via Ticketmaster.
O evento oferece água aos visitantes, mas também permite a entrada com garrafinhas de até 500ml — a previsão é de dias quentes ao longo de todo o festival, portanto, manter-se hidratado será fundamental.
Para o transporte, será possível usar trens da CPTM e do Metrô durante 24 horas ao longo de todos os dias, com algumas restrições. No Metrô, o embarque de volta para casa ocorrerá em todas as linhas até meia-noite e, depois, a partir das 4h40, ou seja, sem embarque ao longo das madrugadas. O desembarque e as transferências entre linhas não terão limites de horário. Após a meia-noite, o embarque ocorrerá na CPTM na estação mais próxima ao evento, que é a “Autódromo” da linha 9-Esmeralda, a cerca de 850 metros de Interlagos. O desembarque poderá ocorrer a qualquer tempo em todas as estações.