Lucinha Lins se emociona em volta à Globo na pele da sofrida Ruth, de "Volta por Cima"
Em entrevista, a atriz relembra carreira e fala sobre o convite para viver Ruth no remake de "Volta por Cima", da Globo
Mesmo feliz nos palcos e atuando em projetos para o streaming, Lucinha Lins estava com saudade da tevê aberta, especialmente das novelas.
Por isso, foi com entusiasmo que ela recebeu o convite para viver a sofrida Ruth em “Volta por Cima”, da Globo.
Para a atriz, o retorno à empresa onde fez seus trabalhos mais notáveis é como fazer uma visita a uma velha amiga.
“Me senti muito bem-vinda, fiquei emocionada com a minha chegada para começar esse trabalho, ver figurino, conhecer a direção, a produção”, ressalta a atriz, cuja último trabalho na emissora foi uma participação em alguns capítulos de “Chocolate com Pimenta”, há mais de duas décadas.
“Estou me encontrando com pessoas que eu respeito, admiro e amo. Mas também estou muito empolgada com as novidades, tem muita gente nova e talentosa no elenco”, elogia.
Natural do Rio de Janeiro, Lucinha iniciou sua carreira artística na música, como backing vocal do cantor e compositor Ivan Lins, com quem foi casada por uma década.
A estreia na tevê foi em “Plantão de Polícia”, trabalho de estreia de Aguinaldo Silva exibida em 1979. Com passagens pela extinta Tupi, SBT, Band e TV Cultura, foi na Globo e na Record que Lucinha desenvolveu grande parte de sua carreira.
Em 2020, após 14 anos de contrato, decidiu não renovar com a Record para focar em projetos no teatro e outras oportunidades de atuação.
Aos 72 anos recém-completados, enquanto atua na atual novela das sete, Lucinha aguarda a estreia de “Dona Beija”, próxima novela da Max, onde vive a professora Miss Callen.
“São 50 anos de carreira. Me sinto muito disposta para trabalhar e ainda sinto aquele frio na barriga bom a cada novo papel”, ressalta.
P – Seu último trabalho na Globo foi há pouco mais de 20 anos, em “Chocolate com Pimenta”. Como é retornar aos estúdios da emissora em “Volta por Cima”?
R – Estou muito feliz. Só quando comecei a ler o texto da novela é que me bateu essa questão de que fiquei muitos anos sem trabalhar na Globo, onde fiz personagens lindas e produções até hoje muito comentadas pelo público, como “Roque Santeiro” e “A Viagem”. A sensação é de recomeço, mas um recomeço diferente porque tenho 50 anos de carreira. No entanto, é incrível como o frio na barriga ainda se faz presente.
P – O nervosismo é maior ao ter de entrar em uma trama já em andamento?
R – Com certeza. Adorei a personagem, mas é normal ficar apreensiva de chegar agora em uma história já estabelecida, com o elenco afinado e os personagens já desenvolvidos. Cheguei ao estúdio e a primeira pessoa que vi foi a Betty (Faria). A gente deu um abraço tão gostoso, relembramos o passado e logo comecei a me sentir em casa.
P – Você estava com saudade do clima de coletividade dos folhetins?
R – Muita. Acho que o universo andou me ouvindo. Fiz um comentário recente dizendo que estava com saudades de fazer novela e o convite apareceu. Eu gosto do encontro, do ambiente familiar que se cria por conta da convivência diária, dos papos, das brincadeiras. Eu estava acompanhando a novela como telespectadora e agora estou trabalhando ao lado de atores que respeito demais, gente com quem eu já contracenei e uma garotada nova muito interessante.
P – Em 2020, você deixou a Record depois de 14 anos. O que a levou a não renovar com a emissora?
R – Eu nunca vivi somente de televisão. Então, chegou um momento em que eu queria focar mais nos meus projetos no teatro. Fiz trabalhos muito bonitos na Record e me orgulho muito desse período da minha carreira. São tempos mais independentes para os atores e outros profissionais do audiovisual, a própria Globo já não tem mais aquele elenco fixo enorme.
P – Você esteve em uma série da Amazon Prime Video e agora aguarda a estreia de “Dona Beija”, próxima novela da Max. Como você encara as possibilidades do streaming?
R – Um novo mercado se abriu e isso é bom para todo mundo. Acho incrível que as empresas estejam apostando em histórias bem brasileiras, pois é uma forma de pessoas de outros países também se encantarem com o que a gente faz. Faço uma participação especial em “Dona Beija” e minha personagem tem um tom de comédia maravilhoso.