Festival MADA

MADA 25 anos: festival potiguar exalta pluralidade da música brasileira com destaque para o Nordeste

Com três palcos e presença de artistas pernambucanos, o Música Alimento da Alma acontece em Natal nesta sexta (13) e sábado (14)

BaianaSystem leva o "Sambaqui Show" para sua quinta apresentação no festivalBaianaSystem leva o "Sambaqui Show" para sua quinta apresentação no festival - Foto: Divulgação/Jardel Souza

Quando realizou a primeira edição do Música Alimento da Alma (MADA), em 1998, no bairro da Ribeira, em Natal, no Rio Grande do Norte, o produtor musical, idealizador e diretor do festival, Jomardo Jomas, não imaginava que o evento se tornaria um dos principais festivais de música do calendário nacional.

Neste ano, o evento celebra a 25ª edição impulsionando a cena potiguar e nordestina e trazendo grandes nomes do panorama atual da música brasileira para o estádio Arena das Dunas nesta sexta-feira (13) e sábado (14). A expectativa é que 30 mil pessoas circulem no evento durante os dois dias.

Diretor do MADA, Jomardo Jomas. Reprodução/Redes SociaisIdealizador do MADA, Jomardo Jomas. Reprodução/Redes Sociais

Tendo a pluralidade do resgate de memórias e de olhos nas inovações musicais como marca registrada, o MADA este ano conta com lineup de peso com atrações como BaianaSystem, Gaby Amarantos, Marina Sena, Baco Exu do Blues, Liniker, Luedji Luna, o duo Marina Lima e Fernanda Abreu, Karol Conká, Margareth Menezes, Matuê, TUM, Terno Rei, Luisa e os Alquimistas, Getúlio Abelha e Gracinha.

Baco Exu do BluesBaco Exu do Blues. Divulgação/Roncca

Jomardo lembra que o MADA nasceu no meio do boom dos grandes festivais dos anos 1990, como o Abril pro Rock, em Pernambuco, o Porão do Rock, em Brasília, e o Goiânia Noise, em Goiás, além da ascensão da MTV na época.

“Sendo muito sincero, eu não imaginava que o festival fosse chegar aos 25 anos. Olhando para trás foi um trabalho muito persistente e de várias mãos. Acho que a grande sacada é conseguir manter um festival plural focado em celebrar a música local, do Norte e do Nordeste, que a cada ano fica mais forte, mas também trazendo os nomes em destaque na cena nacional. Isso faz com que o público se renove e se reconecte a cada ano que se passa”, diz ele.  

Para manter o festival sempre atualizado com as novas tendências, o produtor revela que conta com uma equipe de colaboradores mais jovens.

“Eles garimpam e nos apresentam as novidades do momento. Então essa troca deles conosco, que começamos lá em 1998, é nosso grande trunfo”, explica. “Ainda também investimos nas redes sociais, com personagem Amada, que é a que responde ao público que interage por lá”, complementa.

Artistas nordestinos são os headliners
Pela quinta vez a banda BaianaSystem se apresenta no festival. Desta vez eles vêm com o espetáculo "Sambaqui Show", turnê que tem como ponto de partida a celebração dos 200 anos da Independência da Bahia. 

Segundo Roberto Barreto, músico responsável pela sonoridade da guitarra baiana da banda, festivais como o MADA, em Natal, No Ar Coquetel Molotov e Abril Pro Rock, no Recife, e os demais que acontecem fora do eixo Rio-São Paulo, ajudam a fazer circular a música de artistas da região e colocá-las no cenário nacional. 

"A gente consegue perceber e se relacionar com a cena muito a partir do que a gente sabe que esses festivais, com todas as dificuldades, com todas as mudanças que tiveram, principalmente pós-pandemia, continuam fazendo acontecer, então isso é o que tem sustentado os artistas, e isso é o que tem feito também com que se tenha esse entendimento", diz Roberto. 

Barreto diz que o "Sambaqui Show" é um pouco do amadurecimento do "Sul-americano Show", mas com a integração de novos elementos e músicas. "Podemos contar mais uma vez com a atriz Alice Carvalho, que é natalense, em um novo vídeo onde aparece interpretando um texto maravilhoso. Além disso, temos a participação do dançarino Alivan", antecipa.

Ainda de acordo com o músico, o público pode esperar algo novo, mas com a pegada que é a BaianaSystem, que promete não deixar de fora os clássicos como “Forasteiro”, “Lucro” e “Sulamericano”, “Duas Cidades” e “Capim Guiné”.

Gaby AmarantosGaby Amarantos. Divulgação/Rodolfo Guimarães

Outro destaque da 25ª edição do evento é a cantora paraense Gaby Amarantos, indicada ao prêmio Grammy Latino. Ela vai apresentar o #PURAKÊTOUR, show reflete sobre uma Amazônia futurista em que Gaby enfatiza a eletricidade natural peixe poraquê como uma característica de toda sua força e representatividade como mulher e cantora brasileira. 

"Estou ansiosa para poder me apresentar no MADA. A gente tá com um show diferente, com mudança de cenário e figurino, além de uma nova abertura. Quero chegar trazendo a potência do Norte e do Nordeste. Precisamos estar unidos, reivindicando o nosso lugar no Brasil", destaca a cantora, que ainda pontuou ficar feliz de ver grandes festivais na região evidenciando artistas locais nos line-ups."

A artista, que recentemente expôs nas redes socais que sofreu preconceito pelo estilo musical durante uma entrevista em uma rádio de nacional e, após a denúncia, a faixa "Não Vou te Deixar", do álbum TecnoShow, foi incluída na programação, diz que quer ver o tecnobrega ganhar mais notoreadade. "A gente só quer ver os nossos estilos da periferia, o tecnobrega, o bregafunk, o funk e o rap vencendo. Isso acontece quando grandes festivais, como o MADA, investem em artistas locais", diz.

Terceiro palco e atrações pernambucanas

Rayssa Dias Rayssa Dias vai representar o bregafunk no festival potiguar. Reprodução/Instagram

Além dos dois palcos já conhecido do público, a edição deste ano ganhou um terceiro batizado de Baile da Amada. Nele vão se apresentar os atuais nomes da música eletrônica no Brasil, como Urias, Brega Night Dance Club, Jlz, Pajux Frank, Elisa Bacche e Clara Luz.

A cena pernambucana também marca presença neste palco, com os DJs 440, Idlibra, Dandarona e a cantora de brega funk Rayssa Dias, como convidada do Baile da Brota.

Projeto MADA faz Escola
Além dos dois dias de festival, a produção do MADA mantém, desde 2016, um projeto social que leva música com artistas potiguares e debate de temas da atualidade para escolas públicas de Natal. Neste ano, foram 15 escolas selecionadas com o tema música e sustentabilidade.

De acordo com Jormado Jomas, o intuito é levar uma programação cultural que muitos jovens, no dia a dia, não têm acesso. Em 2024, o objetivo é trabalhar em 14 escolas da capital potiguar e estender o projeto para seis escolas no interior.

Confira a programação completa da 25ª edição do Festival MADA:

13/10
Palco Claro / Palco Coca-Cola

18h20: Ian Medeiros (Palco CLARO)

19h10: TUM (Palco COCA-COLA)

20h05: Gaby Amarantos (Palco CLARO)

21h15: Marina Lima e Fernanda Abreu (Palco COCA-COLA)

22h25: Marina Sena (Palco CLARO)

23h35: Matuê (Palco COCA-COLA)

00h55: Liniker (Palco CLARO)

02h: Luisa e os Alquimistas + Jup do Bairro + Jessica Caitano

Baile da Amada
21h: Clara Luz

22h10: DJ 440

23h25: Luana Flores

00h35: Wavezim

01h35: Carlos do Complexo

02h35: Idlibra

03h45: Puterrier

04h45: Dandarona

14/10

Palco Claro / Palco Coca-Cola

18h: Gracinha (PALCO CLARO)

18h40: Getúlio Abelha (PALCO COCA-COLA)

19h40: Terno Rei (PALCO CLARO)

20h50: Luedji Luna (PALCO COCA-COLA)

22h: Margareth Menezes (PALCO CLARO)

23h: BaianaSystem (PALCO COCA-COLA)

00h30: Baco Exu do Blues (PALCO CLARO)

02h: Karol Conká (PALCO COCA-COLA)

Baile da Amada
21h: Baile da Brota + Rayssa Dias

22h: Brega Night Dance Club

23h: PAJUX

00h10: Elisa Bacche + Batuque de Mulheres e Coco de Rosa

01h20: Clementaum

02h20: JLZ

03h30: Urias

04h40: DK

Serviço:
Festival MADA - 25 anos

Local: Estádio Arena das Dunas - Lagoa Nova, Natal - RN

Data: 13 e 14 de outubro de 2023

Horário: a partir das 18ha

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