CINEMA

"Mais que Amigos" estreia nesta quinta (6) no Brasil com a missão de ampliar a abordagem LGBTQIAP+

Comédia romântica da Universal Pictures aborda uma narrativa diferente da qual a indústria costuma lidar com o romance gay

Filme "Mais que Amigos"Filme "Mais que Amigos" - Fotos: Divulgação

O quanto pode ser complexa a relação amorosa entre dois homens gays? A pergunta conduz a comédia romântica “Mais que Amigos”, que estreia nesta quinta-feira (6) nos cinemas brasileiros, pela Universal Pictures. Sem se aprofundar em uma única resposta, o longa oferece ao público uma narrativa diferente da qual a grande indústria costuma lidar com as temáticas queer, a começar pela presença de um elenco principal totalmente LGBTQIAP+*.



Os opostos se atraem
Com humor e sagacidade, a história conta a amizade improvável entre dois caras de personalidades diferentes, que se encontram em uma boate. O quarentão e podcaster Bobby Leiber, interpretado por Billy Eichner, conquistou uma autoconfiança suficiente para viver sozinho e usufruir dos louros de uma vida emocional aparentemente bem resolvida. Fruto de uma trajetória escancaradamente gay. Os conflitos - muitos deles hilários - aparecem no encontro com o descamisado Aron, vivido por Luke Macfarlane, e sua postura “socialmente aceitável”: másculo, praticante de crossfit, pacífico e com queda por homens do mesmo perfil (ou não). 

O interesse entre eles começa pelo ar superior de ambos acerca do meio homo. No entanto, os diálogos demonstram a vulnerabilidade de cada um na construção das relações orofundas. Família, críticas à autoimagem, monogamia e sexo transitório estimulado pelo app Grinder aparecem no filme, que usa algumas fórmulas já conhecidas do cinema para gerar uma empatia que possa ir além do espectador de nicho. Mesmo em um trabalho evidente de desconstrução de estereótipos. Leia-se a mensagem universal de que os opostos se atraem e se completam. 



Vários lugares de fala
Razão para “Mais que Amigos” dar espaço à dinâmica de um grupo ligado a Bobby, ao discutir pauta lésbica, bissexual e trans. Juntos, eles gerenciam um museu em Nova Iorque preocupado em exaltar as figuras revolucionárias nas lutas LGBTQIAP+. Um cenário até então desconhecido para Aron, que, aos poucos, revela as insatisfações estabelecidas com a sua criação e, finalmente, a saída do armário. 

Na realidade das grandes cidades, os traumas afetivos e desencontros provocados pela vida ocupada são comuns a todos. Os efeitos disso também. Não à toa, os dois personagens principais revelam traços egocêntricos e narcisistas à sua maneira. Para furar essa bolha, entra em cena um elenco coadjuvante, bem humorado, com personagens que emitem as opiniões que todo amigo indiscreto solta diante de uma situação.

Força dos bastidores
Em meio a tantos questionamentos - cujo erro do filme é querer abraçar todos eles em quase duas horas - vale destacar a presença de Billy Eichner em “Mais que Amigos”, como o primeiro homem declaradamente gay a coescrever e estrelar seu próprio grande filme de estúdio. Na carreira, Eichner coleciona trabalhos como “Billy on the Street”, “O Rei Leão (2019)”, as séries “Difficult People” e “American Crime Story: Impeachment”. 

É com a força dos bastidores que o longa consegue trazer um universo mais próximo ao real, distanciando a leitura hétero e exclusiva sobre o amor. A direção é de Nicholas Stoller, coautor do roteiro com Eichner. O filme ainda é produzido por Judd Apatow e Joshua Church, coprodutor de “Descompensada” e “Quase Irmãos”.

*LGBTQIAP+ (Lésbica, Gay, Bissexual, Transgênero e Travesti, Queer, Intersexo, Assexual, Pansexual)

Veja também

Banda Catedral faz duas noites de shows no Teatro RioMar
MÚSICA

Banda Catedral faz duas noites de shows no Teatro RioMar

Artistas gravam música e clipe em apelo para salvar o Pantanal; assista
SOS PANTANAL

Artistas gravam música e clipe em apelo para salvar o Pantanal; assista

Newsletter