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"Maldição da Cinderela": novo filme de terror é inspirado em clássico infantil

Longa-metragem conta a história da Cinderela com requintes de crueldade e matança generalizada

"A Maldição de Cinderela": carnificina baseada em história infantil"A Maldição de Cinderela": carnificina baseada em história infantil - Foto: Divulgação

O filme "Maldição da Cinderela" traz a Cinderela e seu icônico sapatinho de cristal mais uma vez para as telas do cinema, estrelando uma história que envolve amor, inveja e cobiça. Nesse caso, porém, Cinderela é uma máquina de destruição em massa e usa o tal calçado mágico como uma arma para dizimar seus inimigos — incluíndo as irmãs megeras e a madrasta horripilante.

Nem mesmo o príncipe escapa de sua fúria. A transformação da doce princesa em uma criatura vingativa e nefasta é o mote do filme “A Maldição de Cinderela”, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (20) e segue na trilha de outras produções que planejam revisitar contos infantis sob a perspectiva do horror. O Ursinho Pooh, por exemplo, é outra figura que ganhou uma roupagem macabra recentemente.

Na produção, dirigida pela britânica Louisa Warren, o que se vê é a tradicional história já conhecida de Cinderela (e popularizada pela Disney a partir de 1950). Trata-se de uma jovem orfã que é feita de serviçal pela família quando surge a notícia de que o príncipe da região procura por uma parceira para casar-se. E, portanto, dará uma festa de arromba para encontrar a pretendente.

 

O tal baile, na nova versão, ganha contornos insólitos e foi a primeira parte do filme a ser gravada, contaram a protagonista e a diretora ao Globo. Com sangue por toda parte e pausas necessárias para ir "desfigurando" a equipe de filmagem, a cena que dura alguns poucos minutos levou quase dois dias de filmagem.

"A coisa mais difícil é gravar fora de sequência. Porque uma vez que a atriz coloca o sangue no figurino não dá mais para voltar atrás (e refazer algum trecho). Também é desafiador o tempo usado para colocar as próteses (de machucados e feridas) nos atores. É preciso ir e voltar à cena enquanto estamos filmando" diz Louisa Warren, a diretora. "Usamos muitos galões de sangue cenográfico".

O líquido lavava o chão e foi espirrado para todo o canto, contam as duas.

"Quando minha personagem estava matando uma das meias-irmãs, havia alguém bombeando sangue (cenográfico) no meu rosto. É pegajoso e adocicado" diverte-se a atriz Kelly Rian Sanson, que faz o papel de Cinderela. "Quando recebi o papel pesquisei muitos filmes de horror. Inclusive Carrie, a estranha (1976), o primeiro filme do segmento que vi na vida, aos 10 anos de idade".

A cena do baile, inclusive, de certo modo guarda semelhanças ao filme setentista, e é onde ocorre o momento mais importante para a transformação do personagem de Cinderela (que, sim, em algum momento mostra-se prestativa, iludida e boa, como o original). Após uma sequência de humilhações, que incluem xingamentos e agressões físicas, em plena pista de dança, a moça decide pedir à sua fada madrinha — uma criatura absolutamente desfigurada com olhos esbugalhados e sem pele no rosto — que permita vingar-se. E então começa a carnificina.

Em toda a produção, inclusive, a sutileza não existe. São assassinatos em série absolutamente violentos e sanguinários. Há pescoços cortados, dedos arrancados com tesoura um a um e até incineração em vida. Por tratar-se de um filme de baixo orçamento, não há as computações gráficas recriando os tradicionais animais que colaboram com Cinderela na história original. Toda a maldade é feita por pessoas de carne e osso e criaturas acompanhantes da fada madrinha (neste caso, criaturas de mais osso do que carne).

O filme foi, em partes, gravado em um castelo Escócia e em uma área livre na Inglaterra. O castelo, diz a dupla, era um tanto assustador por natureza.

"Era um pouco assustador e meio assombrado" gargalha a diretora. "Foi ótimo".

Não há, contudo, qualquer ressalva por parte do time em voltar à história da Cinderela malvada (já que o filme acaba com abertura para continuação). — Estamos em negociações — promete a diretora.

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