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Marcela Mc Gowan diz que quer tirar o sexo de um lugar superestimado e torná-lo comum

Tanto que, nas últimas semanas, tem abordado o assunto de forma mais aprofundada no programa Sextou, que ela lançou em suas redes sociais

Marcela McGowanMarcela McGowan - Foto: Instagram/Divulgação

O jeitinho meigo de Marcela Mc Gowan, 31, pode não revelar de cara, mas a médica e ex-BBB adora falar sobre sexo. Tanto que, nas últimas semanas, tem abordado o assunto de forma mais aprofundada no programa Sextou, que ela lançou em suas redes sociais. Nesta sexta-feira (25), vai ao ar o último episódio da primeira temporada, que contou com quadro capítulos.

"A ideia surgiu bem quando saí do BBB, mas fiquei fugindo porque não tinha nem ideia de como estruturar", contou em entrevista à reportagem. "Agora tenho uma equipe que me ajudou a dar forma ao programa. Logo que a pandemia melhorou e o confinamento foi flexibilizado, resolvemos dar o start."

Para as gravações, a médica montou um estúdio em casa. Ela diz que todas as medidas de segurança foram tomadas, que a equipe de gravação é bem reduzida (cinco pessoas, contando com ela) e que todos foram testados para a Covid-19. "Ah, e fiz questão de ter uma equipe feminina, 80% são mulheres e eu quis privilegiar principalmente nos cargos de chefia", afirmou.

É desse espaço, com poltrona e luzes de neon (uma delas simula lábios vaginais) que ela conversa com convidados famosos e anônimos sobre temas como orgasmo, desejo sexual e sexo a três. Nesta primeira temporada, apareceram virtualmente Karol Conka, 33, e Rafa Brites, 33, entre outras. Quando for possível, ela quer que as entrevistas sejam presenciais.

No entanto, ela diz que procurou não expor tanto a própria vivência na primeira temporada do Sextou. "Tive um pouco de cuidado na hora de falar porque eu não queria que o que saísse do programa fossem polêmicas sobre a minha vida sexual", explicou. "Tinha medo disso chamar mais a atenção. Mas para a próxima temporada, eu acho que posso mesclar mais. O público saber das minhas experiências também aproxima, humaniza."

Ela diz que os primeiros episódios foram um teste para ver como ela se sairia e também para entender a recepção do público. "O formato foi mais caretinha, mas já estamos pensando em como dar mais dinamismo na segunda temporada", adiantou.

"Antes mesmo do BBB, eu já recebia muitas perguntas sobre o tema", contou Marcela. "Decidi compilar as principais dúvidas e conversar com pessoas que tenham vivências interessantes sobre esses assuntos. Foi um mix do que é mais comum no consultório e na internet. São coisas que eu sei que as pessoas têm curiosidade, mas não têm a quem perguntar".

A médica, que se considerava patricinha na adolescência, contou como se interessou pelo assunto que hoje permeia sua carreira. "Eu fui criada na história da princesa mesmo, mas essencialmente sempre fui muito moleca", admitiu. "Fui botada dentro dessa caixinha por muitos anos sem consciência de que eu podia querer uma coisa diferente."

"Fiquei muito tempo em conflito entre quem eu era versus quem eu queria ser", afirmou. "Eu não gostava de ser ginecologista naquele contexto. Estava seguindo um script, não estava fazendo o que eu acreditava. Foi quando conheci por acaso a humanização do parto, que passa muito pela questão do feminismo, e isso me fez entender que eu estava silenciando algo."

"Então essa mudança começou no profissional", explicou. "A partir daí, muitas questões começaram a vir a tona e eu fui fazendo as minhas escolhas mais focada em quem eu realmente eu era."

Marcela diz acreditar que ter passado por todo esse processo faz com que ela entenda bem o lado de quem ainda está se descobrindo. E diz ainda que a forma como os relacionamentos e o sexo são mostrados na mídia são pouco realistas.

"As referências que a gente tem são midiáticas, principalmente quando a gente não tem espaço para aprender em outro lugar", avalia. "Quando eu era pequena, por exemplo, eu pensava que as pessoas transavam a noite inteira. De tanto ver cena de casal que ia transar e depois via o sol nascer. Então, acaba que ou a gente romantiza ou vai pro lado da performance, como nos filmes pornôs. Eu quero justamente destruir essas ideias. Gosto de tirar o sexo desse lugar superestimado e transformá-lo em algo mais comum."

Desde então, se especializou no assunto e perdeu completamente a vergonha de falar sobre sexo. "Como eu tenho muita propriedade, virou uma coisa tranquila e natural", afirmou. "As pessoas na gravação brincaram que eu tenho mais vergonha na hora que tem que falar alguma coisa mais blogueirinha, tipo 'aperta no sininho'."

E mesmo que alguns assuntos já tenham sido muito explorados, ela acredita que ainda há uma demanda enorme porque sempre tem gente que ainda não sabe ou que precisa se informar mais. "Às vezes, falar sobre sexo é bem cíclico e redundante mesmo", contou. "Tem coisas que eu já falei 500 vezes, mas se eu falar 501 ainda tem dúvidas. É assim porque vai atingindo novos públicos e as pessoas vão tendo novas descobertas."

Em um dos quadros do programa, Marcela também lê mensagens de espectadores falando sobre experiências ruins em encontros. "Solteiraça", a ex-BBB revelou um de seus piores: "Coloquei uma lingerie com espartilho cheia de laços que até meu irmão teve de ajudar a vestir", disse. "Só que no encontro a gente bebeu todas e quando fui para o quarto nem eu nem o rapaz conseguíamos abrir. Ele acabou dormindo e eu tive que achar uma tesoura pra tirar. Foi um 'date' ruim, mas já tive vários (risos)."

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