Música

Mariana de Moraes lança álbum dedicado ao seu avô Vinicius, o poetinha, nesta sexta-feira (27)

Com 12 faixas, arranjos do saudoso João Donato (1932-2023) e participação especial de Chico Buarque, Mart'nália e outros artistas, "Vinicius de Mariana" será lançado nas plataformas digitais, pelo Selo Sesc

Mariana de Moraes lança álbum dedicado ao avô, o poetinha ViniciusMariana de Moraes lança álbum dedicado ao avô, o poetinha Vinicius - Foto: Divulgação

Em seu quinto disco da carreira, a cantora e atriz Mariana de Moraes celebra a obra e o legado do seu avô, o compositor e poeta Vinicius de Moraes (1913-1980), conhecido carinhosamente como "poetinha", autor de muitas das mais importantes canções da música brasileira. Com 12 faixas e o privilégio de contar com arranjos do saudoso João Donato (1932-2023), “Vinicius de Mariana” chega às plataformas digitais, nesta sexta-feira (27), pelo Selo Sesc. 

O repertório reúne canções de Vinicius com seus principais parceiros, incluindo Pixinguinha, Antônio Maria, Chico Buarque, Edu Lobo, Carlos Lyra e Baden Powell, reverenciando a amizade, sentimento tão presente na poesia do compositor, intérprete e diplomata brasileiro que nasceu nasceu e morreu no Rio de Janeiro. “Vinicius de Mariana” traz na capa a foto de Mariana criança sentada no colo do avô, e começou a ser gravado em 2021, durante a pandemia de Covid-19.

“A ideia de homenagear meu avô é da vida toda e acabou se realizando só agora. Era para ter sido lançado no ano passado, mas por conscidência caiu no ano dos 110 anos do Vinicius. Eu escolhi um repertório que processa alegria, força, coragem, justiça e que nos animasse para a vida, mesmo com todas as coisas difíceis que acontecem. Então, ele teve um critério de ter uma filosofia de origem africana dos reinos e nações que se transformaram em países e vieram ao Brasil. Xangô é muito celebrado no disco e a amizade também. É um disco cheio de pessoas queridas tocando e cantando e colaborando", conta.

"Vinicius foi um grande generoso nas relações dele de amizade com os parceiros e com todas as pessoas, com a cultura do país e mundial. Então ele permanece também por uma excelência de quem compôs coisas tão bonitas e letras tão profundas e tão alegres, leves e, ao mesmo tempo, densas, em que todas as interpretações são possíveis. A arte serve para isso. É uma profissão sem utilidade no sentido de fazer coisas que são  úteis, mas é vital, por que ninguém vive sem música. E quando alguém como Vinicius faz com tanto amor, zelo e talento e com tantas colaborações tão bonitas uma obra, ele permanece e pode ser sempre ressignificado", destaca a artista.

Leia também

• "O Lírio Branco", 40º álbum da saga Asterix, é lançado na França e no exterior

• Rolling Stones lançam álbum com canções originais após 18 anos; saiba mais

• Marcelo D2 traz o "novo samba tradicional" do seu álbum "IBORU" ao festival No Ar Coquetel Molotov

Parcerias de Pernambuco
“Pernambuco é um lugar que eu amo. A cultura pernambucana, a cidade, o estado. É uma alegria sempre falar com pernambucanos e trocar com eles. É um povo animado, lindo, culto, exuberante e forte, de grandes e imensos artistas para o Brasil. Inclusive um deles está homenageado nesse disco, em uma sugestão de José Celso Martinez Correa, de uma música pouco conhecida do Vinicius que se chama ‘Quando a noite me entende’, em parceria com o grande pernambucano Antônio Maria”, destaca Mariana.

Outro pernambucano que aparece no álbum é o pianista e cantor Zé Manoel. “Nos tornamos amigos íntimos e irmãos. Eu convidei ele para ser pianista do disco e para solar o 'Canto de Xangô'. Depois se somou a essa música a Clara Buarque. O Zé também está na faixa ‘Onde anda você’ cantando,acompanhado pelo piano de João Donato. Esse grande pernambucano, jovem, que está sendo descoberto e que é um cantor, compositor, pianista, uma artista extraordinário de Petrolina, na beira do São Francisco”, elogia a artista.

O universo do poetinha
A escolha do repertório, feita em conjunto por Mariana, Guto Wirtti e Leo Pereda, temas universais que estiveram presentes na obra do compositor carioca, como o amor, a amizade e as religiões de matriz africana. “Tudo que está cantado ali tem um porquê”, diz Mariana. Uma das faixas é "Maria Moita", composição de Vinicius e Carlos Lyra, lançada por ela como single no dia 19 de outubro, data em que o compositor faria 110 anos. A canção – que denuncia a cultura de opressão às mulheres – ganhou nova roupagem e a participação especial de um coro formado por Camila Pitanga, Mart'nália e Jussara Silveira. 

“O Vinicius foi um grande generoso nas relações dele de amizade com os parceiros e com todas as pessoas, com a cultura do País e mundial. Então ele permanece também por uma excelência de quem compôs coisas tão bonitas e letras tão profundas e tão alegres, leves e, ao mesmo tempo, densas, em que todas as interpretações são possíveis”, diz Mariana. Ela lembra com carinho da participação de João Donato, que acabou falecendo em julho desse ano. “O Donato, essa criança que morreu agora com 88 anos, que gravou o disco, traz leveza e contemporaneidade a tudo que ele faz e toca. Ele nos inspirou muito”, recorda. 

Vinicius e seus parceiros
O álbum contempla as diversas fases do poetinha, com canções com seus maiores parceiros, a exemplo de “Canto do Caboclo da Pedra Preta”, e “Canto de Xangô (feat Zé Manoel)”, em parceria com Baden Powel, com quem compôs os chamados afro-sambas, passando pela belíssima “Marcha da Quarta-Feira de Cinzas”, com Carlos Lyra; a frutífera colaboração com Tom Jobim em “Eu não existo sem você”, que ganhou participação de Maria Luiza de Moraes (filha de Mariana) e Antônia Pitanga (filha de Camila Pitanga). 

Não poderia faltar Edu Lobo, que comparece com “Arrastão” (vencedora do 1º Festival da Música Popular Brasileira da TV Excelsior, em 1965) e “Só me fez bem”, e Chico Buarque, lembrado em “Desalento”, a oitava faixa do disco, em que Chico participa cantando com Mariana. Antônio Maria surge com “Quando a Noite me Entende”, Hermano Silva com a clássica “Onde Anda Você” e Pixinguinha fecha o álbum com “Mundo Melhor”. A produção musical do álbum é de Mariana de Moraes e Guto Wirtti (também baixista e arranjador). Entre outras participações, o baterista e percussionista Robertinho Silva, e músicos como Carlinhos 7 Cordas, Joana Queiroz, Nina Becker e as participações especiais de Clara Buarque (neta de Chico) e Aurora Alves.

"Vinicius de Mariana, novo álbum de Mariana de Moraes, chega às plataformas nesta sexta (27)

FICHA TÉCNICA - VINICIUS DE MARIANA

Produção musical: Guto Wirtti e Mariana de Moraes
Direção artística, pesquisa de repertório: Leo Pereda, Mariana de Moraes e Guto Wirtti
Arranjos João Donato e Guto Wirtti
Gravação e mixagem: Duda Mello
Produção executiva: Circus Produções Culturais
Diretor de produção: Guto Ruocco
Produção Rio de Janeiro: Flávio Loureiro
Pós produção e produção gráfica: Marina Novelli
Filmagem: Vicente Zirretta
Preparação vocal e fonoterapia: Lucia Gayotto
Fotos: Vicente Zirreta
Foto capa: Vera Barreto Leite Valdez
Gravado no Rio de Janeiro nos estúdios Cia dos Técnicos e Rockit entre outubro de 2021 e janeiro de 2022, por Duda Mello.
Gravado em Salvador no estúdio Ilha dos Sapos em fevereiro de 2022 por Thiago Pulgas.
Auxiliar técnico: Uelinton Cerqueira (Leninho).
Gestora do estúdio Cleise Almeida
Mixado entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022 por Duda Mello.
Masterizado em fevereiro de 2022 por Carlinhos Antunes no estúdio Classic Master.
Assistente de estúdio Cia dos Técnicos - Raphael Rui Castro
Roadie Júlio Diniz (Robertinho Silva)

 

Veja também

"Agatha Desde Sempre": série do Disney + mostra como a Marvel pode reviver seus dias de glória
CRÍTICA

"Agatha Desde Sempre": série do Disney + mostra como a Marvel pode reviver seus dias de glória

Juiz nega liberdade mediante fiança ao rapper Sean Combs
Sean Combs

Juiz nega liberdade mediante fiança ao rapper Sean Combs

Newsletter