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“MasterChef” tem seu vilão e é um pernambucano

Rude com jurados e tido como arrogante, pernambucano João Lima tem rejeição no reality culinário da Band

Mário Ricardo é prefeito do município de IgarassuMário Ricardo é prefeito do município de Igarassu - Foto: Leo Motta/ Folha de Pernambuco

 

Quem assiste com frequência às competições do “MasterChef” (Band) já aprendeu que o respeito à hierarquia e aos demais colegas de bancada é fundamental para o bom funcionamento de uma cozinha. O professor universitário João Lima, 30, no entanto, não tem levado essas regras em consideração. Na edição a­tual, que põe à prova os conhecimentos de profissionais, o participante recifense já bateu de frente com a chef e jurada Paola Carosella, vive reclamando e não faz questão nenhuma de ajudar os colegas.

Logo no programa de estreia, João desrespeitou uma ordem de Paola. Em uma prova, ela pediu que ele abandonasse o preparo de um “tuile” (biscoito francês) pelo tempo limitado, mas ele subiu o tom e peitou a chef, não desistindo do prato. Depois, disse: “Não estou acostumado a obedecer”.

Desde então, os fãs do reality começaram a pedir a saída do competidor nas redes sociais. A página do Facebook destinada a ele conta com comentários de espectadores indignados. “Acho que ele tem talento e parece ser um bom chef, mas os comentários dele sempre soam petulantes, imponentes e na­da condizentes com o que ele e os outros participantes realizam. João supervaloriza demais o trabalho dele e desvaloriza o dos outros”, opina o professor Chris Monteiro, 26, que acompanha o reality gastronômico e foi um dos que criticaram João na internet.

Para chefs de cozinha, João tem de se controlar. “A pressão é grande. No dia a dia, quando há erro, dá para consertar na hora. Lá, não. Quando entra num programa assim, o cara precisa ter a cabeça boa para receber as críticas. Tem de ter humildade”, afirma o chef Eric Thomas. “Quando você se expõe, está passível de críticas. Eu mesmo nunca participaria de um 'MasterChef', revela o chef Guga Rocha.

Campeão do “Hell”s Kitchen” (SBT), no começo do ano, Rodrigo Schweitzer revela o que pensa sobre as atitudes do colega. “Boto minha mão no fogo: o João não vence esse programa. Eu nunca teria uma postura similar à dele e repudio quem não respeita a hierarquia de uma cozinha.”

Jurado do “MasterChef Profissionais”, Henrique Fogaça conta que a pressão em cima dos cozinheiros é forte. “Estamos ali para avaliar, o que não é fácil. Todos podem ser o futuro da gastronomia do país. Mas podemos exigir mais dos profissionais, pois sabemos que eles possuem potencial para mais.”

Personalidade

Para Fogaça, o jeito às ve­zes rude de João pode ser encarado de outra forma. “Ca­da um tem uma persona­li­dade. Não sei o que a Paola faria se isso ocorresse na cozinha dela.

Ser um pon­to fora da curva pode ter lado bom, positivo. Te­mos uma nova geração de cozinheiros que são pontos fora da curva de diferentes formas, mas nem por isso são ruins. Dependendo da postura, atrapalha, mas o João se manteve até aqui.”

Vencedor do último reality gastronômico da Band, Leonardo Young diz que o público gosta de eleger vilões. “Parece que sempre tem de eleger um vilão no jogo e, nesta temporada, o João é o que tem a menor preferência do público. Sou a favor de não falar de ninguém, a não ser de nós mesmos, na cozinha.”

 

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