Médico preso por morte do ator Matthew Perry voltará a atender pacientes nesta semana
Salvador Plasencia terá que colocar aviso no consultório sobre o processo em andamento
Um dos médicos indiciados e acusados de fornecer a cetamina que causou a morte do ator Matthew Perry, famoso por sua participação na série de televisão ''Friends'', voltará a atender pacientes em seu consultório em Los Angeles nesta semana, confirmou o advogado dele.
Salvador Plasencia foi descrito pela DEA, a agência federal antidrogas, como "sem escrúpulos". A agente Anne Milgram denunciou "a exploração" de Perry pelos médicos Plasencia e Mark Chavez. Foram indiciados também outras três pessoas, incluindo o assistente pessoal do atoe.
Plasencia se declarou inocente de uma acusação de um esquema para fornecer cetamina na semana passada. Ele foi liberado sob fiança de US $100 mil (cerca de R$ 560 mil).
Para atender, o juiz determinou que ele deve informar os pacientes sobre o processo judicial em andamento. Eles precisarão assinar um termo de consentimento reconhecendo o caso, e um aviso deverá ser exposto na clínica.
O advogado do médico também disse que ele vai atender de forma virtual e presencial, de acordo com a necessidade do paciente. Plasencia está proibido de prescrever substâncias controladas.
A cetamina é um anestésico, às vezes utilizado com fins estimulantes, era ingerido pelo ator sob supervisão no contexto de sessões de terapia contra a depressão.
Quando lhe recusaram um aumento da dose, o comediante voltou à adicção, segundo a promotoria, e recorreu a traficantes e médicos complacentes para se abastecer.
Em documentos apresentados no tribunal federal da Califórnia, os promotores alegaram que o assistente de Perry e um conhecido haviam colaborado com dois médicos e um traficante de drogas para adquirir dezenas de milhares de dólares em cetamina para Perry, que há muito tempo lutava contra o abuso de substâncias e o vício.
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Como Matthew Perry morreu?
O ator, que ganhou fama como Chandler Bing em “Friends”, foi encontrado de bruços em uma banheira de hidromassagem em sua casa em Los Angeles, no dia 28 de outubro. O escritório do médico legista do Condado de Los Angeles afirmou em um relatório de autópsia que Perry, de 54 anos, morreu devido aos "efeitos agudos da cetamina".
Um indiciamento apresentado no tribunal federal na quarta-feira detalhou as acusações do grande júri contra Jasveen Sangha, conhecida como "a Rainha da Cetamina", e o Dr. Salvador Plasencia, conhecido como "Dr. P."
Segundo o indiciamento, Sangha mantinha uma "casa de armazenamento" em North Hollywood, e o Dr. Plasencia, um médico de um centro de atendimento urgente, estava entre os que trabalharam para conseguir a cetamina para Perry, apesar de saberem de seu histórico de abuso de drogas.
Os documentos judiciais afirmam que o assistente pessoal de Perry, Kenneth Iwamasa, injetou nele pelo menos 27 doses de cetamina nos cinco dias anteriores à sua morte, incluindo pelo menos três no dia em que ele morreu. O indiciamento afirmou que os réus usaram linguagem codificada para discutir as transações de drogas, referindo-se a frascos de cetamina como "Dr Pepper", "latas" e "bots". Além disso, disse que quando o Dr. Plasencia trocou mensagens com outro médico sobre quanto cobrar de Perry pela cetamina, ele escreveu: "Eu me pergunto quanto esse idiota vai pagar?" e "Vamos descobrir".
A cetamina, um poderoso anestésico com propriedades psicodélicas, tem sido cada vez mais usada como terapia alternativa para depressão, ansiedade e outros problemas de saúde mental, mas também é usada e abusada recreativamente.
Três pessoas já se declararam culpadas no caso, informaram as autoridades. Iwamasa se declarou culpado de uma acusação de conspiração para distribuir cetamina resultando em morte. O Dr. Mark Chavez, que admitiu vender cetamina para o Dr. Plasencia, se declarou culpado de uma acusação de conspiração para distribuir cetamina. Chavez obteve cetamina fazendo representações falsas para um distribuidor de cetamina por atacado e submetendo uma receita fraudulenta em nome de um ex-paciente, disseram as autoridades.
Erik Fleming, um conhecido de Perry, se declarou culpado de uma acusação de conspiração para distribuir cetamina e uma acusação de distribuição de cetamina resultando em morte, informaram as autoridades. Eles disseram que ele admitiu ter obtido a cetamina de Sangha e distribuído 50 frascos de cetamina para Iwamasa.
"Estamos enviando uma mensagem clara", disse Martin Estrada, procurador dos Estados Unidos para o Distrito Central da Califórnia, em uma coletiva de imprensa na quinta-feira em Los Angeles. "Se você está no negócio de vender drogas perigosas, nós o responsabilizaremos pelas mortes que você causar."