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Música

Mercado fonográfico brasileiro cresce acima da média global pelo 8º ano consecutivo

Com um aumento na receita de 21,7%, em relação a 2023, impulsionado pelo streaming, país ultrapassa, pela primeira vez na história, a marca de R$ 3 bilhões em arrecadação em um ano

SpotifySpotify - Foto: Pexels/Reprodução

Enquanto o mercado fonográfico nos Estados Unidos superou, em 2024, pela primeira vez, as 100 milhões de assinaturas pagas, o brasileiro também fez bonito: no mesmo ano, ele bateu a marca inédita de R$ 3 bilhões em arrecadação.

Os dados chegaram a público esta quarta-feira, com a divulgação do relatório anual Mercado Brasileiro de Música, organizado pela Pro-Música, entidade que representa as principais gravadoras e produtoras fonográficas do Brasil.

Em 2024, a indústria musical nacional registrou um faturamento total de R$ 3,486 bilhões, o que indica um crescimento de 21,7% em relação ao ano anterior.

Pelo oitavo ano consecutivo, a indústria fonográfica brasileira cresceu acima da média global, e, com o desempenho em 2024, manteve-se na 9ª posição entre os maiores mercados do mundo, no ranking global da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI).

O crescimento do setor foi impulsionado, mais uma vez, pelo avanço do streaming, que em 2024 respondeu por 99,2% do total das vendas físicas e digitais e por 87,6% das receitas totais do setor.

Com um total de R$ 3,055 bilhões em faturamento, as plataformas digitais registraram um aumento de 22,5% nas receitas em comparação a 2023.

Em 20924, no Brasil, as assinaturas em serviços como Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube Music, Napster e Amazon Music somaram R$ 2,077 bilhões, representando um salto de 26,9% no período.

Já as receitas geradas por streaming remunerado por publicidade cresceram 8,3%, chegando a R$ 479 milhões.

Os vídeos musicais interativos, financiados exclusivamente por publicidade, movimentaram R$ 499 milhões, um crescimento de 20,3%.

Além do streaming, o relatório da Pro-Música também indicou um aumento expressivo na arrecadação de direitos conexos de execução pública para produtores, artistas e músicos, que somaram R$ 386 milhões, alta de 14,9% em relação ao ano anterior.

As receitas de sincronização – uso de músicas em publicidade, filmes e séries – tiveram um crescimento ainda mais acentuado, com avanço de 36% e arrecadação de R$ 19 milhões.

O mercado físico, embora represente uma fatia pequena da indústria, também registrou alta em 2024, alcançando seu maior faturamento desde 2017.

As vendas de formatos físicos somaram R$ 21 milhões, um crescimento de 31,5%.

O principal responsável por essa recuperação foi o vinil, que se consolidou como o formato físico mais vendido pelo segundo ano consecutivo, movimentando R$ 16 milhões – crescendo 45,6% na comparação com o ano anterior. Os CDs registraram faturamento de R$ 5 milhões, enquanto DVDs e outros formatos somaram R$ 0,08 milhão e R$ 0,04 milhão, respectivamente.

Para o presidente da Pro-Música Brasil, Paulo Rosa, “o setor fonográfico brasileiro seguiu crescendo em 2024, em ritmo ainda maior que o verificado nas estatísticas de 2023, apesar de um quarto trimestre turbulento, com a disparada do dólar naquele momento e o aumento das perspectivas de inflação, taxa Selic, etc”.

Segundo ele, “o fato é que a disponibilização de quase 200 milhões de gravações musicais nas principais plataformas de streaming musical a um preço acessível e com funcionalidades cada vez mais interessantes para os consumidores brasileiros têm demonstrado que o modelo ganha cada vez mais popularidade no Brasil, até em ritmo mais acelerado que em vários dos principais mercados de música gravada no mundo”.

"Nesse oceano de conteúdo musical, é cada vez mais acirrada a competição por espaço, visibilidade e plays, que vão determinar o sucesso comercial de um artista e de suas gravações. Desde os tempos de venda de discos físicos, sejam vinil, CDs, etc. o sucesso na carreira, ainda que restrito às fronteiras nacionais, nāo acontece para muitos artistas, não é regra e sim exceção, lógica que se tornou ainda mais evidente no streaming musical, pela quantidade praticamente ilimitada de músicas disponíveis nas plataformas, que seguirá crescendo ano após ano" analisou Paulo Rosa.

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