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CARNAVAL 2023

Conheça o samba-enredo que vai celebrar Mestre Vitalino e o Alto do Moura na Marquês de Sapucaí

Com o tema 'Terra de meu Céu, Estrelas de meu Chão', patrimônios de Caruaru serão protagonistas em desfile de escola de samba no Rio de Janeiro

Casa/Museu Mestre Vitalino, em CaruaruCasa/Museu Mestre Vitalino, em Caruaru - Foto: Ed Machado / Folha de Pernambuco

A arte que vem do barro com os discípulos do memorável artesão e ceramista pernambucano Mestre Vitalino (1909-1963), vai "ocupar"a Marquês de Sapucaí no Carnaval deste ano, mais precisamente no desfile da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel.

Com o tema "Terra de Meu Céu, Estrelas de Meu Chão", a escola vai celebrar o Mestre e o Alto do Moura, patrimônios de Caruaru, Agreste Pernambucano.

Terceira escola a desfilar no próximo domingo (19), a Mocidade - conhecida também como Verde e Branca - deve entrar na avenida por volta da meia-noite.
 

"Terra de meu Céu, Estrelas de meu Chão"
Assinado por Diego Nicolau, Orlando Ambrósio, W. Correa, Richard Valença, Leandro Budegas e Cabeça do Ajax, o samba-enredo da Mocidade - escola fundada na década de 1950 - remete à arte do barro implantada por Mestre Vitalino.

Casa de Mestre Vitalino, no Alto do Moura

Em um dos trechos da letra, Vitalino é exaltado com os versos "Plantou sua missão//Fez do Sertão, barro tauá//Jardim no Agreste floresceu".

A letra ainda fala sobre a arte do Mestre em "moldar um pouco de Brasil": "Lá no meu Alto do Moura//Um pedacinho de fé//A massa, força de mandacaru//Lá no meu Alto do Moura//Fiz brilhar Caruaru".

Veja a letra completa do samba e o clipe oficial da escola


Senhor, que fez da arte mundaréu

Em suas mãos Padre Miguel

Concebeu a Criação

“Plantou” sua missão

Fez do Sertão, barro tauá

Jardim no Agreste floresceu

Regado ao firmamento de meu Deus

A lida pra viver, da lama renascer

Marias e Josés no céu que moram pés, raiz!

Fiel retrato desse meu país

Segue o carro de boi
O peão no barreiro
Ó, rainha bonita
Sou teu rei, cangaceiro
É a vida um xadrez
Pra honrar o legado
Quem foi que fez? Foi deus do barro

Molha Pedro minha terra

Chão de estrelas de João

Traz Antônio minha amada

Padim Cícero Romão

Alumia o teu povo em procissão

Chega folia, chega cavalo-marinho

Lindas flores no caminho

O Nordeste coloriu

E “de repente” essa gente independente

Faz da greda seu batente

Molda um pouco de Brasil

Amassa, deixa arder o massapé

Lá no meu Alto do Moura

Um pedacinho de fé

A massa, força de mandacaru

Lá no meu Alto do Moura

Fiz brilhar Caruaru

Ê, meu cardeá
Sou a chama do braseiro
Nordestino, “retirante da saudade”
Mais um filho desse solo pioneiro
Um artista esculpindo a Mocidade

 

 

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