Michael Caine: quem é o ator vencedor de dois Oscars que anunciou aposentadoria
O artista decidiu encerrar a carreira de sete décadas 'no auge', após a filmagem de 'The great escaper'
Vencedor de dois Oscars, o ator inglês Michael Caine, de 90 anos, anunciou neste fim de semana que não vai mais atuar após o lançamento do último filme de sua carreira, "The graet escaper", que chegou aos cinemas no início deste mês. A informação foi confirmada pelo próprio ator, no programa BBC's Today, após Caine declarar em uma entrevista no mês passado que estava “praticamente aposentado”.
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Para Caine, que conquistou o Oscar pelos trabalhos em "Regras da vida", de Lasse Hallström, e "Hannah e suas irmãs", de Woody Allen, e ficou marcado pela parceria com Christopher Nolan, com quem trabalhou na trilogia "O cavaleiro das trevas", "A origem", "O grande truque", "Interestelar", "Dunkirk" e "Tenet", a provável falta de oportunidades de um papel de destaque em sua idade pesou na decisão:
— Estive em um filme em que interpretei o papel principal e recebi críticas incríveis... O que posso fazer para superar isso? Os únicos papéis que posso conseguir agora são de homens 90 anos. Ou talvez 85 — brincou, durante a entrevista. — Eles não serão os protagonistas. Você não tem protagonistas aos 90 anos, você terá meninos e meninas bonitos. Então pensei: 'é melhor sair com tudo isso'.
Em "The great escaper", o ator interpreta um veterano da Segunda Guerra que ganhou as manchetes em 2014, quando fugiu de sua casa de repouso na Inglaterra para participar das celebrações pelo 70º aniversário do Dia D na França. Ele contracena com Glenda Jackson, que morreu pouco depois das filmagens, em junho.
Na entrevista, Caine contou ainda que recusou um papel depois de filmar "The great escaper", por ser um papel menor.
— Recebi um roteiro e fiz algo que nunca fiz antes. Contei quantas páginas eu tinha, em comparação ao total do roteiro.
Após avaliar que seria uma pequena parte, Caine optou por sair no auge e não correr o risco de receber uma crítica negativa por uma pequena aparição. O ator também deve publicar um romance em novembro, um thriller intitulado "Deadly game".
Esta não é a primeira vez que Caine anuncia a aposentadoria. Em 2021, ele já havia comentado a possibilidade de deixar a atuação. À época, no entanto, seus agentes se apressaram em desmentir.
"The great escaper" conta a história real de um veterano da Segunda Guerra que escapa de seus cuidadores e viaja até a França para comemorar o aniversário dos 70 anos do Dia D.
Em 2018, já havia anunciado que não trabalharia mais com o diretor Woody Allen.
"Estou muito atordoado. Sou patrono do NSPCC [Sociedade Nacional para Prevenção a Crueldade contra Crianças] e tenho opiniões muito fortes sobre a pedofilia. Não consigo aceitar isso, porque amei Woody e tive um tempo maravilhoso com ele. Até lhe apresentei a Mia [Farrow]. Não me arrependo de trabalhar com ele, o que fiz com total inocência; mas eu não trabalharia com ele novamente", disse o ator.
Caine se tornou, na época, mais um da lista de artistas que trabalharam com Allen, e que vieram a público boicotar o diretor. Outros nomes como Greta Gerwig, Mira Sorvino, Timothée Chalamet, Colin Firth e Rebecca Hall, também já se manisfestaram dizendo que não atuam mais em filmes do americano.
As acusações contra Woody Allen, voltaram a tona 25 anos após o caso ter se tornado público, na onda de denúncias de assédio em Hollywood motivadas pelos movimentos "Time's Up" e "#MeToo".