Mombojó lança clipe de "Coração Bobo", canção de Alceu Valença
Sobre uma das faixas bônus do projeto premiado "Carne de Caju", videoclipe vai ao ar no domingo (13), no Youtube
“Coração Bobo”, de Alceu Valença, regravada no premiado projeto “Carne de Caju” pelo grupo Mombojó junto com “Solidão” - outro sucesso do compositor pernambucano -ganhou videclipe com estreia marcada para o próximo domingo (13), às 10h30, no canal de YouTube do quinteto.
O vídeo chega duas semanas após o lançamento dessas duas releituras do cancioneiro alceuvalenciano nas plataformas digitais. “Extra” são as faixas-bônus do repertório do elogiado e premiado “Carne de Caju”, o projeto do Mombojó em homenagem ao mestre conterrâneo.
Ouça o álbum:
Leia também
• Geraldo Maia é retumbante ao cantar sobre sua história em novo álbum
• Sofia Malta lança single "Morde e Assopra", que estará em seu álbum de estreia; ouça
• Lady Gaga dança e canta no Louvre para um clipe de seu novo álbum
Todo registrado pelo celular, e com direito a coreografias e efeitos especiais, o bem humorado clipe foi gravado com direção de Felipe S., compositor e vocalista do grupo. “A ideia era usar a técnica de mídias mistas, conhecida como mixed media. O processo consistia em dividir o vídeo em várias fotos, imprimir essas imagens, desenhar por cima e, depois, digitalizar, escanear ou filmar novamente”, explica ele, contando que foi a primeira vez que trabalhou com esse formato e também a primeira vez em que assinou a direção de um videoclipe.
“Eu brincava de fazer vídeos quando começamos a tocar, usando uma câmera com fita VHS, mas sempre tive interesse em me aprofundar nessa área. Recentemente, senti vontade de me arriscar. Quando surgiu a oportunidade de viajarmos juntos pelo Nordeste, percebi que o cenário seria perfeito. O clima da música pedia algo árido, então escolhemos filmar na Pedra do Ingá, na Paraíba”, complementa S.
O grupo imprimiu um novo frescor à composição ao incorporá-la à sonoridade mais pop e roqueira característica da banda, esticando um pouco mais o exercício de revisitar a riquíssima obra de Alceu Valença. As filmagens no interior fluíram de forma muito intuitiva. Nada foi planejado, tudo foi improvisado: os movimentos e até a coreografia surgiram na hora. Os músicos Homero Basílio e Vicente Machado também ajudaram na filmagem de alguns takes.
“Já a parte das mídias mistas foi bem mais complexa. Foi um trabalho demorado, separando frame por frame, montando oito fotos por folha para representar cada segundo do vídeo. Depois imprimimos e desenhamos. Para essa parte, até pedi ajuda da minha filha de cinco anos, que se divertiu muito”, relembra, contando que o processo se complicou um pouco depois disso. “Inicialmente, pensei em usar um scanner para facilitar, mas acabei gostando do resultado das imagens desenhadas sendo fotografadas com o celular. Essa imperfeição trouxe algo que me interessou. Vi o resultado como algo único. Talvez, se eu fizesse um curso sobre a técnica, o resultado teria uma qualidade muito melhor, mas acabei me encantando justamente pela imperfeição”, revela o artista-diretor.
“Coração Bobo” e “Solidão”
Os dois singles que se juntam às oito canções deste primeiro trabalho não autoral do Mombojó em mais de 20 anos de carreira. Com “Carne de caju”, sétimo disco de estúdio do grupo pernambucano, o Mombojó foi o vencedor do Prêmio da Música Brasileira 2024 na categoria Melhor Grupo de Pop/Rock. “As duas músicas já tinham se inserido no nosso repertório ao vivo desde os primeiros shows dessa turnê, e aproveitamos uma coincidência de acasos para gravá-las em um raro dia livre com todos nós na mesma cidade”, explica o baixista Missionário José.
Com um show que vem rodando (e enchendo) casas por todo o Brasil, o álbum foi lançado em janeiro último, com regravações de músicas como “Amor que vai”, “Como Dois Animais”, “Tomara”, “Estação da Luz” e “Romance da Bela Inês”. A última também ganhou videoclipe. Agora são 10 as releituras de parte das mais lindas composições de um dos maiores representantes do cancioneiro nordestino - e nacional.
Desde o lançamento, em janeiro, o grupo já se apresentou em mais de 25 cidades em 9 estados, e seguem de agenda - e casas - cheias. “Com mais essas duas músicas mostramos o quanto somos gratos, tanto à nação Mombojovem quanto ao mestre Alceu Valença, como uma forma de recarregar as baterias para mergulharmos no nosso próximo disco autoral”, complementa o baixista.
Com sua pegada roqueira e novos arranjos repletos de riffs e sintetizadores, a Mombojó reenergiza e atualiza as músicas selecionadas no repertório do compositor, influência inescapável para todas as gerações de artistas pernambucanos que surgiram depois dele.
O Mombojó é: Felipe S. - Voz e Guitarra / Marcelo Machado - Voz e Guitarra / Chiquinho Moreira - Teclados e sintetizador / Vicente Machado - Bateria / Missionário José - Baixo, sintetizador.