Morre, aos 100 anos, a atriz pernambucana Geninha da Rosa Borges
A artista, que integrou o Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP) particiou de peças de teatro, filmes e novelas
A atriz e diretora de teatro pernambucana Geninha da Rosa Borges faleceu na tarde desta quinta-feira (23). De acordo com a família, a artista morreu em casa, na Zona Norte do Recife, por causas naturais. Na última terça-feira (21), ela havia completado 100 anos de vida.
O velório de Geninha será realizado no Teatro de Santa Isabel, nesta sexta-feira (24). Em seguida, será realizada uma cerimônia de cremação no Cemitério Morada da Paz, no município de paulista. Os horários ainda não foram definidos pelos familiares.
"Mamãe sempre teve vontade de que as cinzas dela fossem jogadas em frente ao Teatro de Santa Isabel, onde há um Baobá. Vamos tentar realizar esse desejo", explicou Vera, a filha mais velha de Geninha, que esteve ao lado da mãe durante os seus últimos momentos de vida.
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"Ela estava enfraquecida, muito magra, mas sem nenhuma doença. Parece que estava só esperando completar 100 anos para se despedir. No aniversário dela houve uma pequena comemoração em casa, só com os parentes mais próximos. Hoje ela acordou bem, mas pouco antes do almoço começou a ficar ofegante. Foi uma passagem muito tranquila", detalhou.
Considerada a grande dama do teatro pernambucano, Geninha integrou o Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP), sendo dirigida por nomes como Valdemar de Oliveira, Zbigniew Ziembinski, Bibi Ferreira e Luís de Lima. Estrelou espetáculos como “Yerma”, de Garcia Lorca, e “A Comédia do Coração”, de Paulo Gonçalves.
Fora dos palcos, Geninha brilhou também no cinema e na televisão. Ainda criança, ela participou do primeiro filme pernambucano falado, “O Coelho Sai”, de 1939. Mais tarde, em 1983, esteve em “Parahyba Mulher Macho”, de Tizuka Yamazaki.
Geninha atuou ainda em “Baile Perfumado”, de Paulo Caldas e Lírio Teixeira, de 1997, e nos curtas-metragens “Nóis Sofre Mais Nóis Goza”, de Sandra Ribeiro, e “Conceição”, de Heitor Dhalia, ambos filmados em 2002. Na televisão, ela fez uma participação na novela “Da Cor do Pecado”, de João Emmanuel Carneiro, em 2004.
Em nota de pesar, a Secretaria de Cultura e a Fundação de Cultura Cidade do Recife lamentaram a morte da atriz e diretora.
A Secretaria de Cultura e a Fundação de Cultura Cidade do Recife lamentam profundamente a morte da atriz Geninha da Rosa Borges, grande dama do teatro pernambucano, que havia acabado de completar 100 anos de uma vida inteira devotada à arte.
Atriz de teatro, rádio, TV e cinema, Geninha viveu muitas vidas em uma, encenando mais de 60 personagens ao longo da longínqua e profícua carreira, que abraçou ainda muito jovem, enfrentando o preconceito da sociedade de então e abrindo alas para tantas gerações de grandes mulheres que o teatro pernambucano produziu e segue produzindo.
Incansável, dedicou-se também, com o mesmo talento e afinco, aos bastidores culturais. Foi gestora, por três vezes, do Teatro de Santa Isabel, casa cuja gloriosa história não pode ser contada sem que seu nome seja citado muitas vezes, sempre com comovida deferência. Geninha foi, é e para sempre será das maiores estrelas que já brilharam no teatro pernambucano.
Velório foi marcado pela família para acontecer neste sábado (25), de 9h às 16h, no Teatro Santa Isabel, no Centro do Recife. O horário do sepultamento segue sem divulgação.