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LUTO

Morre, aos 92 anos, o maestro Clóvis Pereira, um dos principais nomes do Movimento Armorial

O músico pernambucano compôs frevos, caboclinhos e maracatus, além de obras para coro e orquestra e de peças para orquestra sinfônica

Maestro Clóvis PereiraMaestro Clóvis Pereira - Foto: Reprodução/Facebook

Morreu nesta terça-feira (4), aos 92 anos, o maestro Clóvis Pereira,  compositor, arranjador, pianista e regente pernambucano. Natural de Caruaru, o artista foi autor de frevos, caboclinhos e maracatus, além de obras para coro e orquestra e de peças para orquestra sinfônica, participando ativamente da criação do Movimento Armorial.

De acordo com a família, Clóvis morreu de causas naturais e "descansou tranquilamente", por volta das 6h40, no Hospital Real Português, na área central do Recife. Em fevereiro, o maestro havia perdido a esposa, Risomar Pereira, sua companheira de vida ao longo de quase 70 anos de casamento. 

Clóvis deixa quatro filhos: Valéria, Ana Elizabeth, Luis Carlos e Clóvis Pereira Filho. O velório será realizado na capela do Cemitério de Santo Amaro, a partir das 8h desta quarta-feira (5). O sepultamento deve ocorrer no período da tarde, no mesmo cemitério, em horário ainda não definido pela família. 

Nascido em 14 de maio de 1932, Clóvis herdou o gosto pela música do pai, Luiz Gonzaga Pereira dos Santos, que era clarinetista da Banda Musical Nova Enterpe. Seus estudos de piano começaram em 1950, quando veio morar no Recife, ingressando no Conservatório Pernambucano de Música.
 

Após estudar na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o maestro complementou sua formação com o maestro Guerra Peixe, com quem estudou harmonia, composição e orquestração. Foi convidado para lecionar Teoria Musical e Harmonia nas Universidades Federais do Rio Grande do Norte e da Paraíba em 1964, mesmo ano em que entrou na Orquestra Sinfônica do Recife.

Convidado por Ariano Suassuna, Clóvis compôs as primeiras obras representativas do Movimento Armorial. Ele também foi professor do curso de graduação de Música da UFPE e membro da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea e da Academia Pernambucana de Música.

Entre as composições de Clóvis, estão "Terno de pífanos" (1954), "Lamento e dança brasileira" (1957), "Clovinho no frevo" (1970), "Três peças nordestinas" (1971) e "Velame para quinteto de cordas" (1993).

Repercussão
A morte de Clóvis Pereira foi lamentadaspor amigos, admiradores, artistas e autoridades locais. A Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, divulgou uma nota de pesar.

Leia a nota da Prefeitura do Recife na íntegra: 
Com um profundo pesar, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, lamenta a morte do compositor, arranjador, pianista e regente Clóvis Pereira, uma das mais importantes presenças no extenso dicionário da genuína música, pernambucana e brasileira, que se fez universal.

Músico gabaritado, eternizado como sinônimo de frevo neste mesmo dicionário, Clóvis deixa uma extensa e destacada obra, sempre e para sempre celebrada em todo o mundo. 

Filho e pai de músicos, Clóvis, que foi homenageado pela Orquestra Sinfônica do Recife, em dois concertos recentes, nos dias 8 e 9 de maio, tendo uma peça sua executada com solo de Clóvis  Pereira Filho, violinista e spalla da Orquestra, viveu entre muitos acordes. E seguirá imortal nos mais harmônicos e pernambucanos palcos e sonoridades.

"A obra que se faz eterna se construiu em uma vida musical, de mergulho profundo em todos os acordes, uma inspiração e uma referência, que merece todas as reverências", afirmou o secretário de Cultura, Ricardo Mello.

"Clóvis foi um músico completo, com domínio de todos os estilos e linguagens musicais, do popular ao sinfônico, produzindo música para os palcos e para as ruas, para cada recifense, para o mundo todo e para sempre", acrescentou o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Marcelo Canuto.

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