Morre o ator francês Jean-Paul Belmondo, astro da nouvelle vague, aos 88 anos
O artista viveu personagens marcantes em filmes como "Acossado" (1960) e "O Homem do Rio" (1964)
O ator francês Jean-Paul Belmondo, um dos intérpretes mais consagrados do cinema francês, faleceu nesta segunda-feria (6) em sua residência de Paris aos 88 anos, anunciou seu advogado à AFP. "Estava muito cansado há bastante tempo. Ele morreu tranquilamente", disse o advogado Michel Godest.
Belmondo participou de 80 filmes, incluindo alguns papéis inesquecíveis, como em "Acossado" (1960) ou "O Homem do Rio" (1964). Belmondo, um dos últimos grandes astros populares de sua geração, junto com Alain Delon e Brigitte Bardot, desapareceu quase completamente das telas de cinema desde que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 2001.
Um encontro com o cineasta Jean-Luc Godard - outra importante figura da Nouvelle Vague da sétima arte - selou seu destino. "Venha a minha casa, faremos um filme e eu lhe darei 50 mil francos", disse Godard a Belmondo, por quem havia cruzado na rua. Belmondo não tinha nem 30 anos. E depois viria a sua participação, em 1960, no emblemático "À Bout de Souffle" ("Acossado").
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Depois do sucesso do filme, os diretores "vinham até mim", contou Belmondo em 2016 em um livro de memórias, "Mille vies valent mieux qu'une". Mas "Bébel" não ocuparia apenas um papel central na Nouvelle Vague. Ele também deixou a marca de um ator físico, amante de lutas, cultivando uma grande dose de humor, como fez em "Le Cerveau" ("O Cérebro").
Seu físico de boxeador lhe rendeu sucessos populares em "O Homem do Rio" de Philippe De Broca, "O Profissional" (1981) de Georges Lautner ou "L'as des as", por Gérard Oury. Belmondo atuou sob as ordens dos mais renomados diretores da época, como Vittorio de Sica, François Truffaut, Claude Chabrol, Alain Resnais e Claude Lelouch