Morre o escritor Dalton Trevisan, aos 99 anos
Escritor é considerado um dos maiores contistas contemporâneos do Brasil e conhecido como o vampiro de Curitiba
O escritor paranaense Dalton Trevisan, o vampiro de Curitiba, morreu nesta segunda-feira, 9, aos 99 anos. A informação foi confirmada pela agente do autor.
Ele morreu em casa. Segundo a agente, informações sobre a causa da morte e o velório do autor não foram reveladas para manter a privacidade. Ele nasceu em Curitiba, no Paraná, em 14 de junho de 1925.
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Considerado um dos maiores contistas contemporâneos do Brasil, Trevisan recebeu o Prêmio Camões em 2012, pelo conjunto de sua obra. Ele também venceu prêmios como o Jabuti, o Machado de Assis, APCA, o prêmio da Biblioteca Nacional e o Oceanos
Em 2025, ano de seu centenário, a Todavia passará a publicar a obra de Trevisan. Além disso, a editora prepara também uma antologia de contos do “vampiro”, organizada por Felipe Hirsh e Caetano Galindo. O livro será lançado em junho e ainda não tem título.
Entre as obras mais importantes do escritor estão O Vampiro de Curitiba, de 1965, e Cemitério dos Elefantes, de 1964. Em 1959, ele alcançou repercussão nacional, com a coletânea Novelas Nada Exemplares. Pela obra, ele recebeu o Prêmio Jabuti de Câmara Brasileira do Livro.
Ele ganhou Jabuti outras três vezes ao longo da carreira: em 1965, 1995 e 2011.
Em 2012, o escritor foi eleito por unanimidade vencedor do Prêmio Camões. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras.
Trevisan, que raramente dava entrevistas, recebeu o apelido de "Vampiro de Curitiba" após a publicação do livro.
Formado em direito pela Universidade Federal do Paraná, ele abandonou a profissão após sete anos e passou a trabalhar na fábrica de vidros da família.
Liderou, entre 1946 e 1948, o grupo literário responsável pela publicação da revista Joaquim, que se tornou símbolo e porta-voz daquela geração de artistas. A publicação reunia escritos de autores como Antonio Cândido, Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade, além de ilustrações de Di Cavalcanti e Heitor dos Prazeres.
Foi na revista que publicou materiais de suas primeiras obras, como Sonata ao Luar, de 1945, e Sete Anos de Pastor, de 1948.
Publicou, entre 1945 e 2023, cerca de 50 obras.