Morre o lendário guitarrista Lanny Gordin, no dia do seu aniversário, aos 72 anos
O músico que já tocou com nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa estava internado havia um mês, com pneumonia
Morreu, na madrugada desta terça (28), dia do seu aniversário de 72 anos, o lendário guitarrista Lanny Gordin, um dos mais influentes de sua geração. O falecimento foi confirmado pela esposa do músico, Cristina Gordin. Lanny estava internado havia 1 mês, enfrentando um quadro de pneumonia.
Filho de pai russo e mãe polonesa, Alexander Gordin nasceu em Xangai, na China. Por volta dos seis anos de idade, veio com a família para o Brasil, onde tornou-se guitarrista e influenciou gerações a fio. Em 2012, Lanny entrou para a lista dos "30 maiores ícones brasileiros da guitarra e do violão" da Rolling Stone Brasil.
Tropicalista
Lanny Gordin ganhou notoriedade no ambiente musical ao ser um dos mais requisitados guitarristas dos tropicalistas. É dele a antológica guitarra de "Atrás do Trio Elétrico", que está no álbum branco de Caetano Veloso, de 1969, que ele gravou com apenas 17 anos.
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Lanny também acompanhou outros tropicalistas, em palco e em discos, como nos álbuns "Gal Costa" (1969), "Gal" (1969), "Legal" (1970), "Fatal - A Todo Vapor" (1971), de Gal Costa; "Expresso 2222" (1972), de Gilberto Gil; e "Build Up"(1970), de Rita Lee.
O guitarrista também gravou e acompanhou outros grandes nomes da música brasileira, como Elis Regina, Erasmo Carlos, Jards Macalé, Jair Rodrigues e Hermeto Paschoal – com quem também participou do grupo Brazilian Octopus.
Solo
Lanny Gordin gravou poucos discos solo. Em sua discografia, constam os álbuns "Lanny Gordin" (2001), "Projeto Alfa" - volumes I e II (2004), "Duos" (2006) e "Lanny Duos" (2007).
Em 2017, o músico foi protagonista do longa "Inaudito", de Gregório Gaganian, documentário sobre sua vida e obra, que ganhou, à época, o prêmio de Melhor Filme na 21ª Mostra de Tiradentes - Olhos Livres.
Saúde
Devido ao uso intenso de alucinógenos, como o LSD, Lanny Gordin teve potencializado um quadro de esquizofrenia, o que o levou a ser internado em sanatórios e a ser submetido a eletrochoques. Afastou-se das atividades artísticas durante as décadas de 1980 e 1990.
Em 2016, ele foi diangosticado com a Síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune, o que o levou a ficar acamado desde então.