Morre, aos 88 anos, o xilogravurista pernambucano J. Borges
O artista morreu na casa onde morava, em Bezerros, no Agreste do Estado
Morreu, nesta sexta-feira (26), aos 88 anos, o xilogravurista pernambucano J. Borges.
A informação foi confirmada à Folha de Pernambuco pela secretaria de Pablo Borges, filho do artista.
O artista morreu na casa onde morava, em Bezerros, no Agreste do Estado.
O velório do mestre será realizado nesta sexta-feira (26), às 13h, no Centro de Artesanato de Pernambuco em Bezerros. Já o sepultamento será às 15h do sábado (27), no Cemitério Parque dos Eucaliptos, também em Bezerros.
Em publicação nas redes sociais, Pablo Borges lamentou a morte do pai. "Que as boas lembranças se façam presentes! Em memória ao nosso mestre J. Borges", publicou o filho.
Trajetória
Ícone da cultura popular brasileira pelo seu trabalho como xilogravurista, o artista deixa um legado, especialmente, na arte pernambucana e nordestina.
Nascido em 20 de dezembro de 1935, no Sítio Piroca, zona rural de Bezerros, em Pernambuco, José Francisco era filho do agricultor Joaquim Francisco Borges, que teve um papel essencial no seu envolvimento com a arte. As histórias contadas pelo pai foram o estopim de um interesse de J. Borges pela poesia de cordel e, aos poucos, com a xilogravura.
Ao longo da infância e adolescência, trabalhou na lavoura e em diversas ocupações. Aos 17 anos, migrou com a família devido à seca de 1952 e, em 1956, começou a vender cordéis.
Ao longo de sua carreira, J. Borges produziu 314 folhetos de cordel e inúmeras xilogravuras expostas em museus renomados, como o Louvre e o Museu de Arte Moderna de Nova York.
Ele também ilustrou livros de autores famosos e foi o único artista brasileiro convidado a participar do Calendário da ONU em 2002. J. Borges também foi reconhecido com diversos prêmios, incluindo a Comenda Ordem do Mérito Cultural e o Prêmio Arte na Escola Cidadã.