Morte de Marília Mendonça completa oito dias: veja o que se sabe sobre o acidente aéreo
Aeronave com a cantora sertaneja caiu no município de Piedade de Caratinga (MG); além da artista, outras quatro pessoas foram vítimas
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O acidente aéreo que matou a cantora sertaneja Marília Mendonça completa oito dias neste sábado. As investigações sobre o que provocou a queda da aeronave, na zona rural de Piedade de Caratinga (MG), ainda estão em andamento.
Marília foi enterrada no último sábado, 6, em Goiânia. O velório da cantora ocorreu sob forte emoção de parentes, amigos e milhares de fãs que estiveram em um ginásio de esportes na capital goiana. Nessa mesma data, foi realizada perícia na área do acidente por agentes da Polícia Civil e do Centro de Investigação e Prevenção Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Os dois motores da aeronave também serão periciados.
Desde então, novas informações sobre o caso surgiram. O GLOBO revelou que o piloto do avião que transportava a estrela da sofrência e outras quatro pessoas comunicou duas vezes sobre o procedimento de pouso. E além da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), testemunhas informaram que a aeronave colidiu com um cabo de energia e, segundos depois, caiu perto de um riacho.
A queda do avião resultou na morte da cantora e de mais quatro pessoas. As demais vítimas do acidente foram seu produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, além do piloto e copiloto do avião, Geraldo Martins de Medeiros e Tarciso Pessoa Viana, respectivamente.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Caratinga sobre a causa da morte das vítimas do acidente deve ficar pronto em dez dias. O documento que será entregue à polícia vai atestar "politraumatismo contuso". Trata-se de múltiplas lesões em órgãos vitais, um indicativo de que as mortes aconteceram instantaneamente após a queda da aeronave.
Leia abaixo o que já se sabe sobre o acidente:
Marília Mendonça viajava em um avião de pequeno porte, modelo Beech Aircraft. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião, da PEC Táxi Aéreo, tinha prefixo PT-ONJ, capacidade para seis passageiros, estava em situação regular e tinha autorização para circulação de táxi aéreo.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), informou que vai investigar a queda do avião que matou a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas. O órgão é responsável por apurar as causas de acidentes envolvendo a aviação civil e militar no Brasil.
De acordo com o Cenipa, a aeronave não tinha caixa-preta, mas foi encontrado spot geolocalizador, que será usado para comparar o plano de voo e o trajeto feito. O avião deve ser retirado do local do acidente neste domingo.
A aeronave que transportava a cantora havia pertencido à dupla sertaneja Henrique & Juliano. O avião foi vendido em 9 de julho de 2020 para empresa PEC Táxi Aéreo.
No último domingo, Juliano sobrevoou e acompanhou a retirada do avião. O artista esteve no local do acidente após pousar com seu jatinho particular no aeroporto de Ubaporanga, município próximo de Caratinga.
A aeronave que caiu com Marília Mendonça bateu em um cabo de energia, que ficava preso na rede de alta tensão, em Piedade de Caratinga. A informação foi confirmada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
Dono do terreno no qual caiu o avião, o empresário Aníbal Martins Julião Júnior, de 55 anos, viu o instante da queda do bimotor. Ele relatou ao GLOBO que os funcionários de seu sítio afirmaram terem visto o momento em que a aeronave colidiu com um cabo de energia, enquanto trabalhavam a menos de 200 metros de distância do local do acidente.
O empresário, que os acompanhava, diz ter se virado para a cena no momento em que o avião perdia o controle, logo antes da queda.
"Foi trágico e muito rápido. Os meus empregados gritaram quando viram o avião bater no cabo e eu me virei a tempo de ver a queda", conta o empresário.
Um piloto que guiava um monomotor de Viçosa para para Caratinga no mesmo horário contou ao GLOBO que ouviu as mensagens do piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior.
Este piloto disse que as comunicações feitas por Medeiros Júnior davam a impressão de um voo normal. Ele também relatou ter ouvido duas vezes que o procedimento de pouso estava em andamento.
Outros pilotos, que atuam na região, relataram que vinham tendo dificuldades para pousar no aeroclube de Caratinga. O Cenipa ficou encarregado por investigar as causas do acidente.
O bimotor com a cantora decolou do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, no início da tarde desta sexta-feira. O destino era o Aeroporto de Ubaporanga, em Minas Gerais.
Após o pouso, Marília Mendonça partiria por terra rumo à cidade de Caratinga (MG), onde faria um show nesta noite. A apresentação estava marcada para o Parque de Exposições da cidade.
Cinco pessoas estavam a bordo da aeronave. Todos os ocupantes do avião morreram no acidente. Além da cantora, também foram confirmadas as mortes de seu produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, além do piloto e copiloto do avião, Geraldo Martins de Medeiros e Tarciso Pessoa Viana, respectivamente.
Ainda na noite de sexta-feira, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, informou que o velório da cantora Marília Mendonça seria no ginásio Goiânia Arena, por volta das 8h de sábado. Segundo Caiado, a família concordou com o velório no local.
"Família de Marília Mendonça confirmou velório no Goiânia Arena, amanhã, por volta de 8h da manhã. Goianos vão poder prestar linda homenagem. Peço calma e respeito à sinalização para que todos possam dar o seu adeus. Previsão inicial de até 100 mil pessoas passando pelo local", escreveu Caiado no Twitter.
Durante o velório, os fãs passaram por um corredor ao lado do caixão da cantora e, emocionados, choraram ainda que o silêncio tenha prevalecido. O ritmo da fila é rápido e controlado por seguranças. Os fãs não puderam parar ao lado do caixão.
Após o fechamento dos portões do velório da cantora Marília Mendonça, o caixão foi fechado e o corpo seguiu para o cemitério Parque Memorial, em Goiânia. O velório recebeu milhares de fãs, familiares e amigos que prestaram suas homenagens.
Às 16h50 do sábado, o caixão de Marília Mendonça foi levado da Arena Goiânia ao som de "Todo mundo vai sofrer" e sob gritos dos fãs. Ele foi colocado em um carro dos bombeiros e seguiu em cortejo até o cemitério.
As duplas Maiara e Maraísa e Henrique e Juliano ficaram junto do caixão em cima do carro dos bombeiros.
Depois do fechamento dos portões, as duas duplas cantaram canções religiosas em homenagem a Marília Mendonça. Os quatro artistas estavam entre os mais próximos da cantora desde o início de sua carreira.
As irmãs também cantaram a música "Esqueça-me se for capaz", hit lançando recentemente com Marília Mendonça. Ao final, a dupla finalizou "Nunca te esquecerão, Marília".
Em discurso emocionado, Henrique agradeceu à equipe de Marília. A dupla cantou a música "A flor e o Beija-flor", um dos sucessos que apresentou Marília ao grande público em parceria com Henrique e Juliano.
O sertanejo, Mateus, da dupla Jorge e Mateus, disse na saída do velório que Marília era uma menina que 'todos amavam" e deixa um legado.
"Marília era completa. Como ser humano, como artista. Uma menina que todos amavam. (Deixa) Um legado de amor à música, de amor aos amigos, à família. Só coisas boas. Não tem uma coisa para falar mal da Marília", disse.
A assessora de imprensa de Marília Mendonça informou, por volta das 16h30, que a cantora e todos que estavam no avião já teriam sido resgatados e estavam bem. Por volta das 16h50, a assessoria voltou a confirmar a informação ao portal g1.
Por volta das 17h15 a assessora disse que havia perdido o contato com o empresário da cantora e que não podia mais confirmar a informação de que ela estava bem. Às 17h45, a assessora informou em nota oficial que a cantora havia morrido.