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Patrimônio

Museu da Abolição é restaurado em Pernambuco

Atualmente, a edificação encontra-se em estado regular de conservação

O sobrado, o engenho e o bairro receberam o nome de batismo da esposa de Pedro Afonso Duro, um dos proprietários da edificaçãoO sobrado, o engenho e o bairro receberam o nome de batismo da esposa de Pedro Afonso Duro, um dos proprietários da edificação - Foto: Divulgação

É impossível passar pelo fim da avenida Caxangá ou pelo túnel da Abolição e não contemplar o suntuoso Sobrado Grande da Madalena, um casarão tombado como patrimônio nacional em 1966 e que hoje abriga o Museu da Abolição – Centro de Referência da Cultura Afro-Brasileira (MAB).

O que pouca gente sabe é que o espaço foi a antiga residência do abolicionista João Alfredo Corrêa, primeiro-ministro de D. Pedro II, que assegurou a aprovação parlamentar da Lei Áurea  (13 de maio de 1888)  e teve  participação  decisiva  em  todo  o  processo  de promulgação da Lei do Ventre Livre (28 de setembro de 1871), documento que, mais do que declarar livres filhos de mulheres escravas, ofereceu as condições que o Brasil necessitava para extinguir a escravidão e hoje é símbolo da liberdade dos escravizados.

Localizado no tradicional bairro da Madalena, área central e privilegiada da cidade, o casarão está sendo restaurada pela construtora Biapó e marca a valorização da região, despertando interesse cultural graças a seu acervo de peças museológicas, pesquisas bibliográficas, hemerográficas (catálogos e outras publicações), fotográficas ou documentais e às diversas exposições temporárias, responsáveis por atrair estudantes, intelectuais, líderes de movimentos culturais afrodescendentes e a população em geral. Fortalece assim a memória e a identidade do Recife e do Brasil, conservando uma época muito importante de nossa história

Mantendo aceso o lego do antigo residente, o espaço tornou-se um ambiente de reflexão, respeito, difusão e promoção da cultura afro-brasileira. Apesar de encontrar-se em estado regular de conservação, a estrutura da cobertura e o sistema elétrico estão comprometidos e necessitam de adaptações para atender às especificidades de funcionamento de um museu e garantir acessibilidade universal.

Além da reforma de restauração arquitetônica, estão previstas a execução de ações complementares que incluem um projeto paisagístico, a instalação de sistemas de prevenção e combate a incêndio, de ar condicionado e segurança. O jardim será totalmente revitalizado e receberá uma cobertura em lona tensionada para eventos. Uma ampliação do prédio anexo também será realizada para abrigar lojas e cafés.

De próspero engenho de açúcar a museu, o local representa um marco na história do Brasil

A formação do bairro da Madalena está ligada à construção de um imponente engenho de açúcar, ainda no século XVII. Depois de quase duzentos anos, essa majestosa residência pertenceu ao 3º Barão de Goiana, João Joaquim da Cunha Rego Barros. Anos mais tarde, João Alfredo Corrêa de Oliveira a recebeu como herança. Nessa época, a propriedade passou a ser conhecida como o “Casarão de João Alfredo”, abolicionista que, assim como Joaquim Nabuco, ficou conhecido por sua luta pelo fim do sistema escravagista.

 

 

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