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Mostra com curadoria de Fabiana Moraes e Moacir dos Anjos reabre Museu da Língua Portuguesa

Exposição temporária "Língua Solta" ficará em cartaz a partir do dia 31 de julho, e marca reabertura ao público do espaço em São Paulo

Museu da Língua PortuguesaMuseu da Língua Portuguesa - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

No próximo dia 32 de julho o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, será reaberto ao público com a exposição temporária “Língua Solta”, que tem a curadoria dos pernambucanos Fabiana Moraese Moacir dos Anjos.

A mostra, que revela a língua portuguesa em seus amplos e diversos desdobramentos na arte e no cotidiano por meio de um conjunto de artefatos que ancoram seus significados no uso das palavras, tem ao todo 180 peças, e fica em cartaz até 3 de outubro deste ano. 

Logo no início, uma das pontas de entrada na sala exibe”Eu Preciso de Palavras Escritas”, manto bordado porArthur Bispo do Rosárioe, na outra, quatro estandartes de maracatu rural, trazidos de Pernambuco para a mostra. 
 



E já nos primeiros metros do percurso os visitantes terão contato com o embaralhamento proposto pelos curadores e que dá a tônica de toda a exposição, conectando a arte à política, à vida em sociedade, às práticas do cotidiano e às formas de protesto, de religião e de sobrevivência - sempre atravessados pela língua portuguesa. 

Cartazes de rua, cordéis, brinquedos, revestimento de muros e rótulos de cachaça se misturam em todo o espaço às obras deMira Schendel,Leonilson,Rosângela Rennó,Jac Leirner,Emmanuel Nassar, Elida TesslereJonathas de Andrade, dentre outros artistas contemporâneos. 

Língua Solta
Para Fabiana Moraes, "A língua é um espaço de disputa de poder e vai se refletir em questões várias do Brasil - de raça, de classe, de gênero e de geografias". Já segundo Moarcir dos Anjos, “A língua é solta porque perturba os consensos que ancoram as relações de sociabilidade dominantes, tanto na vida aprovada quanto na pública”.  

Os curadores destacam a obra de Maria de Lourdes, caruaruense, evangélica, que vende livros artesanais datilografados por ela mesma, a menos de R$ 1. Maria circula com um crachá com seu nome e a profissão autodeclarada de escritora pelas ruas da cidade, pouco preocupada com as estruturas culturais e mercadológicas que costumam chancelar quem pode ou não dizer-se escritor - numa forma involuntária de quase-protesto. 

“Língua Solta”teve pré-lançamento no início de maio durante a Semana Internacional da Língua Portuguesa. Entre os dias 4 a 7 daquele mês, um total de 160 pessoas conferiram a mostra em primeira mão, mediante emissão antecipada de ingressos pela internet. Entre maio e junho, a exposição recebeu a visita de escolas e instituições sociais da vizinhança do Museu, mediante agendamento prévio.

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