França

Museu de cera de Paris remove escultura de Gérard Depardieu

Ministério Público anunciou que o ator era alvo da segunda denúncia de agressão sexual, feita pela atriz Hélène Darra

Museu de cera de Paris remove escultura de Gérard Depardieu Museu de cera de Paris remove escultura de Gérard Depardieu  - Foto: AFP

O museu de cera de Paris retirou, nesta segunda-feira, a escultura do ator francês Gérard Depardieu, disse a sua direção à AFP, devido às “reações negativas” dos visitantes após a recente transmissão de um vídeo com comentários sexistas do intérprete, também acusado de violação.

A decisão foi tomada “face às reações negativas dos visitantes [quando passavam em frente da figura] e nas nossas redes sociais”, afirmou o Museu Grévin, que recebe cerca de 800 mil visitantes por ano e onde Depardieu inaugurou a sua dupla de cera em 1981.

Durante uma viagem à Coreia do Norte em 2018, o ator fez comentários sexistas, bem como gestos e ruídos de garganta imitando atos sexuais enquanto conversava com mulheres, segundo imagens transmitidas em 7 de dezembro pela rede de televisão France 2.

Após o anúncio do museu, sua filha, a atriz Julie Depardieu, saiu em defesa do ator.

“Estou surpresa com a violência da rejeição deste homem que idolatramos durante toda a sua vida”, disse ela em declarações à rede CNews, denunciando “uma caçada humana sem precedentes”.

Ela também explicou que seu pai havia deixado a França e não passaria o Natal com a família.

Após a divulgação do vídeo do ator, a ministra da Cultura francesa, Rima Abdul-Malak, criticou os “comentários absolutamente escandalosos” e anunciou um processo disciplinar que poderá levar à retirada da sua Legião de Honra, distinção que premia civis e militares por atos e serviços prestados à França.

Em dezembro de 2020, a justiça acusou Depardieu, 74, de estupro e agressão sexual à atriz Charlotte Arnould.

Desde então, uma dezena de mulheres o acusaram de violência sexual na imprensa, incluindo a atriz Hélène Darras. A Justiça está investigando sua denúncia apresentada em 10 de setembro por fatos em princípio prescritos.

Depardieu, que nega as acusações, é figura importante do cinema francês, como Alain Delon ou Brigitte Bardot, com uma longa carreira de mais de 200 filmes.

Segunda denúncia
O Ministério Público francês anunciou na última semana, que o ator era alvo da segunda denúncia de agressão sexual, feita pela atriz Hélène Darra. O episódio, que teria acontecido em 2007, foi relatado às autoridades em setembro deste ano, segundo o MP.

Darras apresentou a queixa em 10 de Setembro por agressão sexual durante uma filmagem em 2007. Apesar do caso já estar prescrito, o Ministério Público especificou que irá estudá-lo para ver que curso a ação pode tomar.

Num episódio agendado para quinta-feira do programa investigativo "Complément d'enquête" da televisão pública France 2 sobre as inúmeras acusações contra o ator, Darras acusa Depardieu de tê-la apalpado quando ela tinha 26 anos e atuava como figurante no filme "Disco", de Fabien Onteniente.

Durante as filmagens, Depardieu “colocou a mão na minha cintura, nas minhas nádegas” e “ele me disse claramente: você quer ir ao meu camarim?”, explica a atriz. O ator seguiu com o assédio mesmo depois da negativa de Darras.

Antes desta denúncia, o sistema judicial acusou este gigante do cinema francês em dezembro de 2020 por violação e agressão sexual contra a atriz Charlotte Arnould, que denunciou duas violações em agosto de 2018 na casa do ator em Paris. Desde então, uma dúzia de mulheres o acusaram de violência sexual na imprensa.

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