Museus britânicos deixam de usar a palavra "múmia" em respeito às pessoas mumificadas
Instituições buscam reforçar que tratavam-se de pessoas reais e não monstros sobrenaturais
Protagonistas de inúmeros filmes hollywoodianos e destaques em exposições por todo mundo, as múmias podem estar em extinção. Pelo menos no que diz respeito ao uso da palavra "múmia". Uma tendência recente nos museus do Reino Unido tem sido a substituição de "múmia" por "pessoas mumificadas" ou "restos mumificados".
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A alteração busca reforçar que tratavam-se de pessoas reais e não monstros sobrenaturais ou seres que acompanham uma maldição, como se popularizou na cultura pop.
Jo Anderson, assistente de arqueologia do Great North Museum: Hancock, em Newcastle, na Inglaterra, publicou artigo, em 2021, defendendo o não uso da palavra "múmia".
Ao usar termos como "pessoa mumificada", podemos começar a mudar nossa perspectiva e ver esses restos como realmente são – não objetos ou curiosidades, mas seres humanos reais que já estiveram vivos e tinham crenças muito específicas sobre como seus corpos deveriam ser. tratados após a morte, escreveu a especialista.
O Hancock tem em seu acervo os restos mumificados de uma mulher, Irtyru. Adam Goldwater, diretor da entidade, revelou à CNN que muitas vezes as pessoas não a reconhecem como uma mulher que de fato existiu.
Também à CNN, Daniel Antoine, responsável pelo departamento egípcio do British Museum, reconhece que os museus têm se preocupado cada vez mais na forma como exibem restos humanos. Ele lembra que a palavra "múmia" ainda está presente nas galerias do museu, mas que placas mais recentes têm optado pela expressão "pessoa mumificada", sempre que possível citando o nome da pessoa em questão.
O Museu Nacional da Escócia também optou por banir "múmia" de seus corredores. Para a instituição, "múmia" não é uma expressão anciã.