Musical "Capiba, Pelas Ruas Eu Vou": segunda temporada começa nesta quinta (3)
Musical celebra Capiba e os trinta anos do projeto Aria Social, idealizador do espetáculo
Um trombone de prata e o frevo bom viverá. Quando Lourenço da Fonseca Barbosa, Capiba, previu (desejou) que o ritmo mais pernambucano de todos seguisse adiante, mesmo que tudo um dia fosse pra cucuia, talvez não imaginasse ele que não só as dobradiças, tesouras e pontas dos pés permaneceriam incólumes, mas também - e principalmente - a sua maestria como compositor e fazedor de arte em toda sua completude ecoaria resistente em vozes e interpretações gerações afora - que o diga o musical “Capiba, Pelas Ruas Eu Vou”, cuja estreia aconteceu em outubro no Recife e volta em segunda temporada nesta quinta-feira (3), com apresentações até o próximo domingo (6) no Teatro de Santa Isabel.
Idealizado pelo projeto Aria Social, que vai celebrar três décadas de trabalho na arte-educação homenageando o gênio pernambucano, o espetáculo tem direção geral de Cecília Brennand, responsável em abrir as portas do Aria no início da década de 1980, e direção musical da maestrina e vice-presidente do projeto, Rosemary Oliveira.
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Juntam-se à produção do musical - que conta com pelo menos 30 integrantes formados no Aria e que, no palco, vão celebrar Capiba em meio ao canto e à dança - a professora e coreógrafa Ana Emília Freire, assinando além da direção artística, o roteiro e a coreografia. Já o ator pernambucano Tuca Andrada está à frente da direção teatral. Em conversa com a Folha de Pernambuco, Tuca foi “repetitivo” ao esbanjar orgulho em integrar a produção do musical.
“Quero fazer alguma coisa com vocês”
“Foi por acaso que fui parar no Aria. Estava procurando um lugar para ensaiar o meu solo sobre o poeta Torquato Neto - vou estrear em Recife em março do ano que vem. Conhecia Cecília Brennand de muito tempo atrás, fizemos um espetáculo de dança e fui procurá-la porque eu sabia que ela tinha uma escola grande que poderia me ceder algum espaço. Foi quando conheci o projeto e fiquei encantado. Falei com ela e disse ‘eu quero fazer alguma coisa com vocês, trabalhar de alguma maneira’. Ela me contou sobre o espetáculo de Capiba, fui dar uma olhada e assumi a coordenação teatral”.
“Arte-educação é necessário no Brasil”
O trabalho de arte-educação se vê pouco no Brasil e pegar uma entidade como o Aria, que se propõe a isso, me deixou completamente encantado... Educação é essencial em qualquer país, e o trabalho de arte-educação é difícil de se ver por aí, e é tão necessário no Brasil de hoje. Foi uma sorte ter passado esse tempo no Recife, ter visto esse trabalho de perto, me deixa muito orgulhoso”.
“Capiba, dispensa comentários”
“Capiba é um monumento pernambucano e levar o espetáculo ao Teatro de Santa Isabel, é fantástico. O teatro é um dos edifícios culturais mais importantes do Brasil, é lindo, já trabalhei nele... Eu estou muito feliz. Estou muito feliz mesmo e orgulhoso. Fazia muito tempo que eu não trabalhava no Recife, saí da cidade há 36 anos e é muito importante pra mim estar fazendo isso agora”.
“Frevo, música eletrizante”
“Adoro frevo, acho uma música eletrizante, remete sempre à minha infância, aos carnavais. Sou um grande admirador do frevo, e de Capiba, e foi muito bom participar desse trabalho porque eu passei a conhecer mais sobre a vida dele, além da obra”
Serviço
Musical “Capiba, Pelas Ruas Eu Vou”, em celebração aos 30 anos do Aria Social
Segunda temporada desta quinta-feira (3) até o domingo (6), no Teatro de Santa Isabel, às 20h
Ingressos no Aria Social, na bilheteria do teatro e no site Sympla, a partir de R$ 25 (meia-entrada)